Reflexão e Ação 9

O padrão formal da língua portuguesa tem sido timidamente respeitado pela mídia, grande influenciadora de algumas de nossas decisões.

Na tentativa de conquistarem os consumidores, as narrações aproximaram-se do padrão informal com enorme velocidade, porém causando estrago na mesma proporção. Para defender um ou outro padrão da língua é preciso que haja decisão, seguida de uma adaptação vocabular.

Comumente, lemos textos publicitários com as frases “Isso é pra você”, ou então “A gente se diverte muito”.

Não considero mal, o uso das expressões “pra você” e “ a gente” , desde que inseridas no contexto. Existem pessoas com verdadeiro pavor à oralidade de “A gente foi ao teatro, sábado à noite”, justamente pelo uso do “A gente”.

Evidentemente, que tal uso refere-se ao nível informal da língua, porém a concordância verbal foi adequadamente estabelecida entre o sujeito e o predicado, pois “a gente” tem seu sujeito no singular, e o verbo concordou em número. O ideal é não transportar para a escrita, o mal uso da oralidade, e, via de regra, isso acontece porque deixamos de revisar o que escrevemos.

O uso formal da língua escrita precisa ser valorizado e estabelecido como objetivo, mesmo sendo a língua um produto em constante evolução e transformação. Todos os bons textos, vindos de boas fontes não fugiram ao padrão culto.

Nosso idioma dispõe de, aproximadamente, onze mil verbos distribuídos em ação, estado e fenômenos da natureza; sem contar na sinonímia existente nas outras classes de palavras tais como: substantivo (aquele que nomeia tudo), adjetivos (modificadores do substantivo), advérbios (caracterizadores dos verbos).

Fazer a concordância verbal adequada segue à regra básica do verbo concordar em número com o sujeito, e concordar em número é o mesmo que flexionar o verbo para o singular ou para o plural, conforme o sujeito aparece na frase; portanto “A gente foi ao teatro, sábado à noite” está tão correto quanto falar “Nós fomos ao teatro, sábado à noite.”

A gramática é exata, mas não deixa de ter seus casos especiais e suas exceções. Hoje, escrevi o básico sobre concordância verbal, os casos especiais falarei oportunamente.

Abraços.

Silvana Goes
Enviado por Silvana Goes em 14/08/2011
Reeditado em 14/08/2011
Código do texto: T3159763
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