SIMPLIFICANDO A NOSSA ESCRITA
Alguém que acha mais fácil conviver com imperfeições, que o trabalho de aperfeiçoar, poderá discordar da minha ideia.
Se o desejo de mudar, não for maior que o medo de errar, não haverá evolução.
Uma ideia se torna interessante, quando vem de um grande mestre.
Outra se torna mais interessante, por vir de um leigo.
- Por que não simplificar a nossa escrita?
Uma pessoa leva apenas alguns meses para aprender a falar, e leva a vida toda tentando escrever como determina a nossa ortografia.
A escrita é a ferramenta de maior uso, e deve primar pela simplicidade, e ser notável pela objetividade, não por tradições e adornos.
Mesmo com as suas deficiências, com certeza atualmente o computador escreve mais correto, que a maioria dos brasileiros. Isto é vergonhoso e inconcebível.
A letra K oferece enormes recursos.
Poderia ser usada para melhorar a pronúncia, dispensar outras letras e simplificar a escrita.
- Tem lógica escrever 1 Kg e 1 Quilo, 1Km e 1 Quilômetro?
Poderíamos escrever 1 Kg e 1 Kilo, 1 Km e 1 Kilômetro.
- Por que não usar a letra “K” em lugar de “QU”?
Eliminando a letra “Q” e dispensando a letra “U”:
Ex. Querer=Kerer - Quente=Kente - Quimera=Kimera.
Usando a letra “K” podemos resgatar os sons de trema:
Ex. Eloquência=Elokuência que sem o trema, a pronúncia ficou “elokência”
Veja o absurdo com o verbo ADEQUAR: “ADÉQUE” Sem o trema se lê “ADÉKE”.
Usando “K” em lugar de “Q” podemos escrever corretamente “ADEKUE”
- Por que não usar a letra “K” em lugar de “C”, evidenciando a pronúncia?
Ex. Kasa - Komer - Kultura - Kanto - Kolônia.
Se usar as letras “K” e “S” em lugar de “C”, podemos dispensar a letra “C” sem modificar os sons.
Ex. Cesar=Sezar - Ciúme=Siúme - Céu=Séu - Círculo=Sírculo.
- Por que não usar a letra “Z” em lugar de “S” para sons de "Z" como Brazil, braza?
Dando ao “S” seu som natural, podendo eliminar o peculiar “Ç”, que não é reconhecido em sistemas de processamento de dados.
- Por que não usar o “S” no final somente para plurais, e o “Z” no final de palavras como:
Atrás = Atráz - Invés = Invéz - Através = Atravéz
Quando deixaremos de obedecer ordens de Portugal?
- Por que não usar a letra “X” em lugar de “CH”?
Simplificando e podendo dispensar a letra “C”.
- Por que não usar apenas um “S” quando o som se torna igual ao de dois “S”?
- Por que não usar dois acentos para recuperar sons que eram grafados com trema?
Exemplo: Lingúíça
- Por que mudar a grafia para diferençar palavras, que tem o mesmo som como: “acento” e “assento”, se não pronunciamos estas palavras sem usar um complemento?
Sem o complemento, teríamos que diferençar a grafia do verbo ver e vender em "vendo".
Se alguém disser ou escrever apenas: Eles acentuaram!
Logicamente virão as perguntas: Acentuaram o que? A palavra? A curva?
Se alguém disser apenas: “Use o acento”. Como saberemos referir-se a “acento” ou “assento”?
Se precisar perguntar por escrito perguntaremos: Que tipo de acento? Ou que tipo de assento?
Neste caso podemos perceber que na tentativa de “enfeitar” só complicaram.
Quando é usado este recurso para diferençar palavras, são criados símbolos, que só serão interpretados por quem os conhece, quando a palavra poderia ser simplesmente lida.
- Por que a letra “G” recebe o nome “Gê” se sozinha faz o som “GUÊ”, como em “MAGNATA”?
- Por que não usar a letra “G” sem a letra “U” para os sons, GUÊ=GE e GUI=GI, deixando os sons “Ge” e “Gi” somente para a letra “J”, que deveria se chamar “Jê”?
Porque complicar como no caso de “Viagem” e “Viajar”?
Viajante é com "J", enquanto Viageiro é com "G". Por que? Para que?
- Por que manter no nosso alfabeto letras que, podem ser substituídas por outras, como “W” - “Y”?
Alfabeto não precisa ter os mesmos caracteres de um teclado de escrever.
- Por que usar “H” no inicio de algumas palavras, se nada muda na pronúncia?
- Qual o motivo e a utilidade da regra que manda usar a letra “M” antes de “P” e “B”?
- Por que usar o hífen quando simplesmente podemos criar uma nova palavra?
Qual o som produzido pelo hífen?
Será que só é permitido alterar expressões como “Parada para café”, para “Coffee break”, e ainda pensar que quem faz isso é culto ou xique?
- Por que não mandar para Portugal as letras “Ç” - “C” - “Q”?
Kem sábe nos mándem em tróka, um pôuko do ke leváram do Brazíl.
- Por que não escrever sempre “pra” em lugar de “para”, simplificando e diferenciando do verbo “pára”, que mesmo acentuado, tem som igual ao som da preposição “para”?
- Por que escrever os séculos em números romanos, se sempre identificamos com a palavra “SÉCULO”?
O que é mais importante na escrita? Enfeitar ou facilitar?
Manter esta tradição que só serve para dificultar, seria mais importante que manter o trema, para reproduzir um som?
- Tem lógica criarmos a numeração hexadecimal, na base 16, para escrever números maiores com menos algarismos, para dispor dos processadores em computação, enquanto mantemos a complicação, usando numerais mais longos que na base decimal?
Todas as áreas do conhecimento devem evoluir juntas, caso contrário haverá confusão, em lugar de evolução.
É menos escandaloso quando um artista, ou apresentador comete um erro gramatical, que quando quem deveria dar exemplo, sem motivo nem necessidade, usa expressões de outros idiomas como “IMPEACHMENT”.
- Se faltar uma palavra para denominar algo, por que não buscar num idioma mais próximo do nosso?
- Por que buscar palavras num idioma germânico, quando o nosso é latino?
- Por que escrever “BULLYING” e não “BULINGUE”, adaptando a palavra à nossa ortografia?
- Por que respeitar e ser fiel a ortografia dos outros, enquanto desrespeita e deteriora a nossa?
Tenho a impressão que existem guardiões do conservadorismo, permitindo que poucos dominem o nosso idioma, enquanto permitem que outros o deteriorem.
Não devemos tomar por ignorante, nem dizer que alguém escreveu errado, quando grafou um vocábulo de forma diferente. Os verdadeiros ignorantes são aqueles que têm o dever, mas não tem competência, para corrigir e simplificar a nossa escrita.
O texto deve ser a reprodução gráfica do discurso, da forma mais simples e objetiva.
Por que tornar um texto mais complexo que a fala?
A escrita deve grafar os sons com fidelidade, evitando gerar outros sons na leitura.
Imagine as frases “Foi a comemoração”, “Foi à comemoração”, quando lidas por outra pessoa.
Quem está ouvindo entende perfeitamente, sem ver os acentos.
Qual a necessidade de acento nesta escrita, se sempre haverá um complemento?
- Por que flexionar em gênero as coisas?
As coisas inanimadas têm sexo?
Enquanto a "Humanidade" é apenas "Feminina"?
Enquanto o "Povo" é apenas "Masculino"?
Devido a complexidade do nosso idioma, optei por usar o tempo que dedicaria ao seu estudo, no aperfeiçoamento da minha profissão, por ser mais importante.
Como disse o meu colega ecologista, São Francisco de Assis:
Mais importante que fazer muito, é fazer pouco e bem feito.
- Porque não simplificar a nossa escrita, se pessoas com curso universitário, e idade avançada, ainda fazem a costumeira pergunta: Como se escreve tal coisa? É com dois “S”? É com “Ç”? É com “X”?
Quando simplesmente poderíamos “ESKREVÊR KÔMO SE FÁLA”.
O nosso idioma é rico em sonoridade, e podemos grafar os nossos sons, usando uma escrita simples.
Alguém poderia pensar que acentuar cada palavra não combina com simplificação.
- Seria mais fácil decorar confusas regras, ou simplesmente acentuar conforme a pronúncia?
- Como um estrangeiro que não conhece nossos vocábulos poderia ler e pronunciá-los?
Até mesmo o uso de computadores, que era complexo e dominado por poucos, tornou-se simples.
Como podemos admitir que a escrita, o instrumento que mais usamos, seja dominado por poucos privilegiados, e ainda criticar quem comete algum erro?
Se o idioma brasileiro tivesse que ficar atrelado às origens, deveríamos usar o latim, ou tupi e guarani. Compare um texto em português de Portugal, com um texto no nosso idioma, e observe as diferenças.
Se começarmos a simplificar a nossa escrita, em breve veremos estas complicações, como vemos hoje a palavra “FARMÁCIA” escrita como “PHARMÁCIA”.
Antes precisamos ter uma academia de letras mais dinâmica, onde a prioridade seja aperfeiçoar a nossa escrita, de forma gradativa e constante. Uma instituição dedicada à pompas e bajulações, logicamente não tem esta preocupação.
Nos versos a seguir, não foi usado: “C” - “Ç” - “Q” - “Y” - “W” - “CH” - nem palavras iniciando com “H”.
Anote quantas palavras não puderam ser lidas, e quantas não puderam ser pronunciadas.
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Kiséra erger um castélo
Lá no álto de um roxedo
Pra deixar os meus sonhos
E podêr partir sem medo.
Kisera deixar meus ólhos
A ôutro no fim da viajem
E nos meus ólhos kisera
Ficásem tântas paiságens.
Kiséra fôse o pasado
Um camínho abandonado
Ônde um ânjo lá guardase
As flôres ke andei plantândo
Komo se um dia eu voltase.
Kisera a vida não fôse
Poêma amárgo e dôce
Ke faz sorrir e xorar
Vérsos escritos na areia
Só pra o mar apagar.
Acioly Netto
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