A IMPRECAÇÃO E A DEPRECAÇÃO

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Figuras de Linguagem

 

A Imprecação é uma figura de pensamento que consiste em exprimir uma ameaça ou uma maldição ditada pela raiva, desespero, ou desejo de vingança, rogada contra uma pessoa ou entidade. Não se trata de um diálogo e sim de um monólogo, pois apenas um dos interlocutores é quem a faz. Este fala para acusar, ameaçar, ou injuriar. O outro interlocutor é passivo, apenas, escuta não se defende, não tem o direito a palavra. Sente-se incapaz de reverter a situação:

Que o Diabo te carregue!

Vai para raio que te parta!

Que você fique seca como palha!

Desejo-te tantos anos de vida, como os que me desejas!

Que você viva a vida toda desassossegada, como fez com a minha!

Maldita a hora em que meus olhos te enxergaram!

A imprecação também pode aparecer em maus exemplos de oração:

Entre o Cálice e a Hóstia

Meu Deus, eu vos peço:

Que fulano tenha tantas fadigas

Como as que afligem a mim.

A Deprecação consiste em exprimir uma súplica comovente, ardente, ou um convite, por meio de uma oração. A deprecação acontece, frequentemente, nas súplicas religiosas, face às calamidades ou a algo de trágico:

"Ó cristãos, pelas chagas de Cristo, e pelo que deveis a vossas almas, que não queirais que vos aconteça tão grande infelicidade [...]" (A. Vieira)

Um belo exemplo de deprecação está neste fragmento de Inocência de Visconde de Taunay:

"Minha Nossa Senhora, mãe da Virgem que nunca pecou, ide adiante de Deus. Pedi-lhe que tenha pena de mim, que não me deixe assim nessa dor cá de dentro tão cruel. Estendei vossa mão sobre mim. Se é crime amar Cirino mandai-me a morte. Que culpa tenho eu ao que me sucede? Rezei tanto para não gostar desse homem!" ®Sérgio.

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Para maiores informações sobre o assunto ver: LUFT, Celso Pedro. Novo Manual de Português, Gramática, Ortografia Oficial, Redação, Literatura, Textos e Testes. 9ª.ed. São Paulo: Globo, 1990. / Moisés, Massaud. Dicionário de Termos Literários. São Paulo: Cultrix, 1966.

Se você encontrar omissões e/ou erros (inclusive de português), relate-me.

Agradeço a leitura e, antecipadamente, qualquer comentário. Volte Sempre!

Ricardo Sérgio
Enviado por Ricardo Sérgio em 28/05/2011
Reeditado em 19/05/2013
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