O RÉU SE ENCONTRA EM LUGAR “INCERTO” E “NÃO SABIDO”
Dificilmente quem labuta no Poder Judiciário ainda não ouviu essa conhecidíssima sentença. Trata-se, segundo os estudiosos do idioma, de verdadeira “pérola jurídica”.
Ora, é um verdadeiro contrassenso dizer e escrever “lugar incerto” e “não sabido”, pois nenhum lugar pode ser “incerto” e, ao mesmo tempo, “não sabido”.
É que, por essa sentença, o réu simplesmente está DUAS VEZES em lugar INCERTO ou DUAS VEZES em lugar NÃO SABIDO.
Na verdade, isso foge, por completo, da hermenêutica judiciária, uma vez que uma expressão exclui a outra porque a segunda retifica [corrige] a primeira. Então, o correto é dizer e escrever: “O réu está em lugar incerto OU não sabido.”