ZALUGUDU - A invenção de uma palavra "vazia ".

ZALUGUDU

Há um fenômeno lingüístico chamado de neologismo, que se dá quando é criada uma nova palavra ou expressão, ou ainda, quando se atribui um novo sentido a uma palavra já existente.

As palavras são vivas e, de acordo o seu uso podem desaparecer ou ressurgir, pois são elas que dão sentido a vida, são elas que nos propiciam conhecer o mundo e assim, é normal que de acordo cada momento histórico novas palavras apareçam e outras desapareçam. Horácio já dizia: “Palavras… Muitas que hoje desapareceram, irão renascer, muitas, agora cheias de prestígio, cairão, se assim o quiser o uso”.

Conhecemos o mundo pelo que pode ser dito dele, ou seja: tudo que conhecemos tem um nome, desta forma, quanto mais palavras conhecemos, maior é o nosso mundo.

Falo das palavras porque é através delas que me curo daqueles momentos que ocasionalmente me acomete, o de ficar entediado; de lá para cá sem saber o que fazer, ou, no meio de tantas coisas a fazer, ficar sem saber por onde começar.

Então, quando estou entediado, num daqueles momentos de paralisia de agir, que me dá uma vontade de não fazer nada, entro num site de busca, Google por exemplo, e começo a inventar palavras e fazer buscas delas.

É num repente, como se tivesse psicografando, vou criando palavras e buscando-as. É claro que muitas delas se mostram difíceis, com muitas consoantes, mostrando-se às vezes impronunciáveis em virtude da formação de fonemas complexos, e por que não dizer, dificílimos.

Nas buscas, muitas não apresentam um significado preciso, devido à formação de fonemas complexos, pois, no processo de criação, sem nenhum critério, vou intercalando vogais em consoantes, formando as vezes palavras foneticamente “absurdas”, mas que apresentam milhares de resultados no site, e ai viajo...

Alguns resultados me remetem a sites interessantes que acabo aprendendo algumas coisas. São sites daqui e de outros países e continentes, o que me faz defrontar com conhecimentos novos, coisas que nem imaginava existir.

Claro, quando invento palavras não é porque conheço todas as existentes. É curiosidade, um desafio à minha mente em surpreender-me com os resultados mostradas na tela do computador, uma busca em querer aumentar meus horizontes, tornar meu mundo maior. Desentedio!

O que acho incrível nisso, é que algumas palavras bastante absurdas apresentam muitos resultados, outras até fáceis, nenhum resultado é encontrado. Ai vem um desafio! Encontrar uma palavra de fácil pronúncia sem resultado no Google, por exemplo. É palpitante isso, encontra-la e imaginar que em mais de seis bilhões de pessoas, eu fui o único a ver essa formação silábica. Essa palavra única.

Apesar dos sites de buscas não conter todas as palavras existentes em nosso planeta, a invenção e o “achado” de uma “palavra inexistente”, “vazia” é interessante, pelo fato de ser tão simples e não significar nada, nem nas centenas de línguas e dialetos que fazem parte do acervo dos sites de buscas/pesquisas. Nesse sentido, até então, essa palavra sem conexão com algum resultado nas buscas, nada significa.

Então, naquele instante do “achado” ela me pertence, só naquele instante. Dali em diante, ela deixará de ser “inexistente” e “vazia” porque eu vou relaciona-la com alguma coisa que existe. Zalugudu por exemplo é uma palavra “inexistente”, não significa nada. Mas, aquela curva da estrada, posso chamar de Curva do Zalugudu. Aquela descida, Descida do Zalugudu. Mas, zalugudu para mim chama palavra "vazia” ou seja, palavra que não encontramos significado na atualidade. Agora ela existe, procure para você ver.

Zalugudu. Procure um ! Desentedie.

Mas, será que não existe (ia) mesmo?