Não Me Caso Com Cegollas

" Para eu ler o livro preciso de silêncio". - Para um professor que atua nos cursos de pós-graduação e de aperfeiçoamento para

professores, o ensino de Evanildo Bechara mais do que evasivo é evasivo. - " A PREPOSIÇÃO PARA PRENDE-SE AO INFINITIVO

(para ler) E NÃO AO PRONOME." - O prof. Bechara fala muito,mas não explica nada.

Como vamos dizer para os / aos nossos filhos: Bechara,Cegalla etc são tão bons quanto o dr.Napoleão,João

Ribeiro,Camões,Pe.A.Vieira,Machado de Assis etc?

Fiquei satisfeito ao ler as palavras enviadas por você do Dic.de Questões Vernáculas (DQVs,conforme ele abreviava).Os mesmos

dizeres tenho aqui no DQVs,pág.224 - Editora Caminho Suave 1981.

Mas a minha pergunta foi clara: BASEADO NESSA EXPLICAÇÃO IDIOTA [ do prof.Bechara] você saberia analisar toda a oração?

-E a resposta honesta e real é: Não!

Tanto é que para esclarecer de fato o assunto, o amigo de forma racional recorreu aos ensinamentos do dr.Napoleão e não aos dos

CEGOLLAS.Se graduação, pós-graduação bastassem, Bechara "Cegola" teria nos ensinado com maior lucidez e transparência:

Para EU ler o livro preciso de silêncio. Por ser sujeito nessa oração "eu" (pron.reto) não pode em hipótese alguma ser trocado

de forma errada por "mim" (pron.oblíquo).

Por outras palavras, ninguém diz: "MIM" preciso de silêncio para ler o livro, e sim: Eu preciso de silêncio para ler o livro.Senão vejamos:

Preciso de quê? - De silêncio - objeto indireto - caso dativo latino.

Para que preciso de silêncio? - Para ler - adjunto adverbial de fim (finalidade) - caso ablativo latino.

Para ler o quê? - O livro - objeto direto de ler - caso acusativo latino.

Quem precisa de silêncio para ler o livro? - Eu; sujeito de preciso - caso nominativo latino.

POR SER SUJEITO, EMPREGA-SE O PRONOME RETO "eu" JAMAIS "mim":

- Para EU ler o livro preciso de silêncio. - Para ler o livro EU preciso de silêncio. - EU preciso de silêncio para ler o livro.

E anterior ou posterior a essa explicação, os dizeres preciosíssimos do doutor Napoleão daria sustentação a essa e outras orações

semelhantes: Isto é para EU fazer.-Isto é para quê? -Para fazer.

Quem vai fazer? EU. ( V. o DQVs,doutor Napoleão; o Dic.Caldas Aulete: "Eu, pron.da 1a pessoa do sing.de ambos os gêneros

( QUANDO SERVE DE SUJEITO )". V. também o Dic.Michaelis etc.

Pensamento graduado, pós-graduado estando equivocado revela o quanto o diploma deixa o sujeito alienado. Por isso digo ao

meu filho: EU ( e não " mim " ) não me caso com Cegollas.

Américo Paz
Enviado por Américo Paz em 30/04/2011
Código do texto: T2940697
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