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                      Palavras  Locuções  Denotativas
          
N
ão se enquadram em nenhuma das dez classes gramaticais.  Possuem entretanto legítima importância morfológica, sintática e semântica, equivalendo quase a uma 11ª classe vocabular da Língua Portuguesa.  Enriquecem, explicitam e ampliam semanticamente os diferentes contextos onde atuam, as inúmeras situações frasais onde ocorrem, emprestando-lhes maior coerência e transparência linguística.
 
          Transcrevemos, a propósito, um artigo da Wikipedia:
          “A linguagem tem valor referencial ou denotativo quando é tomada no seu sentido usual ou literal, ou seja, naquele que lhe atribuem os dicionários; seu sentido é objetivo, explícito, constante.  Ela designa ou denota determinado objeto, referindo-se à realidade palpável.  Exemplo: O papel foi rabiscado por todos. 
          A linguagem denotativa é basicamente informativa, ou seja, não produz emoção no leitor.  É informação bruta com o único objetivo de informar.  É a forma de linguagem que lemos em jornais, bulas de remédios, manuais de instruções etc.
          A denotação, portanto, é encontrada em textos de natureza informativa, como os jornalísticos ou científicos, visto que o emissor busca informar objetivamente o receptor.
          Quando o emissor busca objetividade de expressão da mensagem, utiliza a linguagem denotativa, com função referencial.  As palavras são empregadas em sua significação usual, literal, real, referindo-se a uma realidade concreta ou imaginária.


          Já a palavra literária é conotativa, é uma linguagem carregada de emoções e sons próprios e únicos.  Na literatura, os autores empregam as palavras em sentido conotativo (figurado).  Todavia, é na poesia que isso ocorre com mais frequência, embora não seja apenas na literatura e na poesia que a conotação aparece, mas também nos anúncios publicitários e até mesmo na linguagem do dia-a-dia.”  (Wikipedia)
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          Palavras ou expressões denotativas são as que denotam, indicam, apontam, evidenciam alguns fatos da língua – ocorrências que só elas conseguem exprimir, já fora do âmbito das demais classes.  Daí seu valor ôntico e dêitico. 
          Classificamo-las de acordo com a noção dos fatos que nos passam:

Adição 
- ademais, ainda, além disso, até.

A criança comeu tudinho e ainda quer mais!

Eu até podia ajudá-la, mas não vejo como, Amélia...

E esse inquilino, além disso, está devendo um ano de aluguel!



Afetividade - ainda bem, felizmente, infelizmente. 
Ainda bem que você chegou...
Você não ouviu nada, garoto – ainda bem!
Ainda bem que eu estava atento.



Aproximação - aproximadamente, bem, cerca de, lá por, por volta de, quase, uns.  

Até lá é quase uma hora andando...

Joana retornou cerca de meia-noite.

Por volta das cinco horas, chegaram as primas.



Designação – eis.
Eis o nosso goleiro!
Eis o sol que surge radioso!



Exclusão - afora, apenas, apesar, exceto, exclusive, fora, menos, salvo, sequer, senão, só, somente, tirante, unicamente.
A maioria já se manifestou, salvo engano.

Apenas um me respondeu.

Ninguém abraçou a causa, senão você.
Só ele veio
à excursão.

Todos, exceto eu, foram à conferência.
Todos vieram à reunião, menos ele.

Voltei unicamente para me despedir direito.



Explicação (explanação) procura esclarecer determinado assunto: a saber, isto é, ou seja, por exemplo. 

Li vários livros, a saber, os de aventura e paixão.

Ele, por exemplo, não pôde comparecer.

Houve um pequeno acidente, isto é, um arranhão.


Inclusão - ademais, ainda, além disso, até, de mais a mais, inclusive, mesmo, também.
Até eu fui envolvido na discussão.
Até eu fui intimado a depor.
E além disso, perdi o treino...
Eu também vou.
Lá falta tudo, até água! 
Todos se emocionaram, inclusive eu.



Realce (ou expletiva): cá, é porque, é que, embora, lá, mas, mesmo, não, ora, que, se, só, sobretudo
E eu pensei cá comigo: isto sim é amor!
E você lá sabe disso, menina enxerida?
Eu é que não caio nessa!
Eu é que vou falar hoje.
Lá vem você de novo com essa desculpa!
Você é que tem jeito para isso.



Retificação - aliás, digo, isto é, ou antes, ou melhor, ou seja, perdão.  
Amanhã, aliás, depois de amanhã iremos à festa.
Ele escapou ileso, ou antes, nasceu de novo!
S
omos três, ou melhor, quatro.
Todos querem preservar, aliás, todos devem preservar.
Vou sair já, ou melhor, daqui a alguns minutos.



Situação - Retratam o sentido de uma situação: afinal, agora, então, mas, pois, se.
Afinal, que palhaçada é esta?!
E quais são as suas conclusões, afinal?
Então como ficamos?
Então, como vai a família?
Mas quem vai dirigir o carro, se estamos todos bêbados?


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Fontes de consulta:

http://pt.wikipedia.org//Denotacao/
www.soportugues.com.br/morf/79.php

Cadore, Luís Agostinho.  Curso  Prático  de
Português
7ª ed. Ilustrações: Cícero Soares
da  Silva.  Capa:  
Margarete e Soares.  Editora
Ática,  SP,  1998.

Maia, João Domingues.  Português (volume
único).  2ª ed.  Pág. 309.  Ed. Ática, SP, 2009.

Ribeiro, Manoel P.  Gramática Aplicada da
Língua Portuguesa
.  16ª ed.  Ed.  Metáfora,
RJ,  2006.


Tufano, Douglas.  Gramática e Literatura
Brasileira
.  Pág.
105.  Editora Moderna, SP,
1996.

Jô do Recanto das Letras
Enviado por Jô do Recanto das Letras em 23/04/2011
Reeditado em 25/07/2011
Código do texto: T2926559
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