EMPREGO DO PRONOME “SE”
EMPREGO DO PRNOME “SE”
Este texto é resultado de uma pesquisa, mas, retirei quase que integralmente os conceitos e os exemplos da gramática do Hildebrando.
O pronome “se” é empregado com:
1. Partícula apassivadora;
2. Símbolo de indeterminação do sujeito;
3. Objeto direto;
4. Objeto indireto;
5. Partícula de realce.
Observação: Cabe aqui, primeiramente, colocar uma observação apontada pelo Pantaneiro aqui do recanto das letras (http://www.recantodasletras.com.br/autores/ricardosergio):
“A partícula apassivadora só acontece com os verbos transitivos diretos, pois somente eles podem ir a voz passiva: Vendem-se casas => Casas são vendidas. Se casas estivesse no singular o verbo iria para o singular concordando com o sujeito (casa). Com verbos transitivos indiretos, não há partícula apassivadora e sim índice de indeterminação do sujeito (sujeito indeterminado), pois não podemos levá-los a voz passiva. Pode também acontecer com verbos intransitivos e de ligação. Aparecendo a preposição não tenha dúvida é índice de indeterminação: Precisa-se "de" empregados. O verbo permanece sempre no singular.”.
1. Partícula Apassivadora:
O “se”, partícula apassivadora, é equivalente ao verbo “ser” em frase paralela e sinônima:
Se = partícula apassivadora
• Vendem-se casas.
Se = ser
• Casas são vendidas
A razão é que tanto o pronome “se” como o verbo “ser” são instrumentos de apassivação, ou seja, meios de formação de frases passivas. Quando o agente não está determinado, preferimos construir a frase passiva com o pronome “se”; quando o agente está determinado, formamos a passiva com o verbo “ser”.
Em “vendem-se casas” não se diz por quem as casas são vendidas: o agente da passiva está indeterminado.
Em “As casas são vendidas pelos corretores”, o agente da passiva está determinado: pelos corretores.
Claro está que o “se”, partícula apassivadora, só pode estar unido a verbos transitivos diretos, já que a voz passiva só pode existir com tais verbos. Note-se também que o sujeito paciente, nas frases com o pronome “se”, é geralmente um ser inanimado, isto é, capaz de receber, não de fazer a ação declarada pelo verbo (no exemplo citado, o sujeito é “casas”).
Atenção:
A frase apassivadora com o verbo “ser” tem o nome de passiva analítica; com o pronome “se” é chamada passiva pronominal ou passiva sintética. Ex.:
Passiva pronominal:
• Vendiam-se apartamentos.
• Vender-se-ão apartamentos.
• Construam-se pontes.
Passiva analítica:
• Apartamentos eram vendidos.
• Apartamentos serão vendidos.
• Pontes sejam construídas.
Quando o “se” é partícula apassivadora, claro está que o verbo deve concordar com o sujeito, o qual sempre figura expresso na frase.
2. Símbolo de indeterminação do sujeito:
O “se” denomina-se símbolo de indeterminação do sujeito quando se une a verbos intransitivos, transitivos indiretos ou de ligação, cabendo-lhe a função de tornar vaga ou indeterminada a ideia do sujeito. O verbo fica, sempre, na terceira pessoa do singular.
Se = símbolo de indeterminação do sujeito.
(Se + verbo transitivo indireto)
Precisa-se de operários.
(Se + verbo intransitivo)
Estuda-se, trabalha-se, dorme-se...
(Se + verbo de ligação)
Aqui se está sempre doente.
3. Objeto direto:
O “se” é objeto direto quando complemento de verbos transitivos diretos que expressam ação reflexiva.
Se = objeto direto
(se + verbo transitivo direto)
(a frase é sempre reflexiva)
• O jovem penteava-se.
Observação:
Os verbos reflexivos ou pronominais acidentais dizem uma ação que o sujeito pode fazer sobre outro ser ou sobre si mesmo: matar alguém ou matar-se, lavar alguém ou lavar-se.
Os verbos pronominais essenciais supõe uma ação íntima que é ao mesmo tempo feita e recebida pelo sujeito, ação que o sujeito não pode exercer de modo direto sobre outro ser: arrepender-se, queixar-se.
Ligado aos verbos reflexivos, o “se” é objeto direto; preso aos verbos pronominais essenciais, o “se” não dever ser analisado à parte, uma vez que é partícula integrante do verbo.
4. Objeto indireto:
O “se” é objeto indireto quando complemento de certos verbos bitransitivos cuja ação é feita pelo sujeito, havendo na frase objeto direto expresso. Tais verbos incluem quase sempre o sentido de “dar par si algumas coisa”. É uma reflexibilidade indireta. São raros tais verbos: dar-se alguma coisa, arrogar-se alguma coisa, atribuir-se alguma coisa, impor-se alguma coisa, prometer-se alguma coisa, reservar-se alguma coisa, etc.
Se = objeto indireto
(se + verbo bitransitivo incluindo o sentido de “dar alguma coisa”)
• O calouro se deu ares de grande artista.
5. Partícula de realce:
O pronome “se” pode ser empregado junto a verbos intransitivos ou transitivos indiretos sem qualquer função sintática, podendo ser retirado da oração sem prejuízo gramatical desta.
Se = partícula de realce
• Nosso querido tio João se foi embora.
O “se”, partícula de realce, serve para expressar ação mais energética, ou interessante do sujeito no ato que pratica, ou espontaneidade na execução da ação verbal. Assim, embora não possua função sintática, constitui-se num excelente recurso de estilo.
BIBLIOGRAFIA:
HILDEBRANDO, A de André. Gramática ilustrada. 5.ed. São Paulo: Moderna, 1997.
FARACO & MOURA. Gramática. 12.ed. São Paulo: Ática, 2000.
É isso.
Forte abraço.