ACORDO ORTOGRÁFICO: HÍFEN
1. Emprego hífen:
1.1 Emprega-se o hífen:
a) em palavras compostas cujos elementos conservam sua autonomia fonética e acentuação própria, mas perderam sua significação individual para constituir uma unidade semântica, um conceito único:
• Amor-perfeito;
• Água-marinha;
• Beija-flor;
• Quinta-feira;
• Guarda-chuva.
b) para ligar pronomes átonos e à palavra eis:
• Deixa-o;
• Obedecer-lhe;
• Chamar-se-á;
• Ei-lo.
c) em adjetivos compostos:
• Mato-grossense;
• Sem-vergonha;
• Mau-caráter.
d) em vocábulos formados pelos adjetivos de origem tupi açu, guaçu e mirim, se o elemento anterior acaba em vogal acentuada ou nasal:
• Andá-açu;
• Sabiá-guaçu
• Capim-açu;
• Socó-mojimirim.
e) em vocábulos formados por elementos e prefixos que têm acentuação própria (tônicos) além, aquém, pós, pré, pró, recém, etc.:
• Além = além-túmulo;
• Aquém = aquém-mar;
• Pós = pós-graduação;
• Pré = pré-nupcial;
• Recém = recém-nascido.
f) depois de circum-, mal-*, pan, antes de vogal, m, n ou h:
• Pan-americano;
• Pan-helênico;
• Mal-educado;
• Mal-humorado;
• Circum-anal;
• Circum-navegar;
Agora:
• Malcriado;
• Malfeito;
• Panteísmo.
* mal-: Usa-se o hífen quando a palavra seguinte começar por vogal, h e l:
• Mal-entendido;
• Mal-estar;
• Mal-humorado;
• Mal-limpo;
• Mal-intencionada.
Atenção: quando mal significar doença, usa-se o hífen se não houver elemento de ligação:
• Mal-francês.
Se houver elemento de ligação, escreve-se sem o hífen:
• Mal de lazaro;
• Mal de sete dias.
g) depois de bem- (como prefixo e não como advérbio) antes de palavras que têm vida autônoma e quando a pronúncia o exigir:
• Bem-amado;
• Bem-humorado;
• Bem-sucedido;
• Bem-estar;
• Bem-vindo.
Atenção: se o segundo elemento for derivado de fazer ou querer não se usa o hífen:
• Benfeito;
• Benfeitoria;
• Benquerer;
• Benquisto.
h) nos encadeamento de palavras:
• Ponte Rio-Niterói;
• Linha aérea Rio-Paris.
i) na partição de palavras no final da linha.
1.2 NÃO se usará hífen:
a) sempre que se obliterou a consciência da composição da palavra, o que acontece quando um elemento se adaptou foneticamente ao vizinho ou perdeu sua autonomia semântica:
• Aguardente;
• Girassol;
• Passatempo;
• Sobremesa.
b) quando o prefixo (ou elemento de composição) pode ser unido ou aglutinado sem prejuízo da clareza ou sem promover pronúncias errôneas:
• Aeroporto;
• Audiovisual;
• Socioeconômico;
• Neuromuscular;
• Supersônico.
c) nas locuções :
• Um a um;
• De vez em quando;
• À toa (locução adverbial e adjetiva);
• A fim de.
d) em expressões do tipo:
• Estrada de ferro;
• Doce de leite;
• Cor de café;
• Por isso.
2. Emprego do hífen nas formações por prefixação:
2.1 Emprega-se o hífen nas palavras formadas com os prefixos gregos e latinos aero-, agro-, ante-, anti-, arqui, auto-, bio-, contra-, eletro-, entre-, eco-, extra-, ex-, geo-, hidro-, hiper-, inter-, infra-, macro-, maxi-, micro-, mini-, multi-, neo-, proto-, pan-, pseudo-, pluri-, retro-, semi-, sob-, sub-, super-, supra-, tele-, ultra-, vice-, etc.:
a) quando o segundo elemento começar por H ou idêntica vogal:
• Anti-higiênico;
• Super-homem;
• Anti-ibérico;
• Supra-auricular;
• Arqui-inimigo.
b) sempre nas formações com os prefixos ex- (como o sentido de estado anterior ou cessamento), sota-, soto- e vice-:
• Ex-diretor;
• Ex-aluno;
• Sota-piloto;
• Soto-mestre;
• Vice-Presidente;
• Vice-Rei.
c) nas formações com os prefixos hiper-, inter- e super-, quando o segundo elemento começar por H e R:
• Super-homem;
• Super-realismo;
• Inter-racial;
• Super-requintado.
d) sempre nas formações com os prefixos tônicos, acentuados, pós-, pré-, pró-, mas nas formas átonas se justapõe ao elemento seguinte:
• Pós-graduação;
• Pré-nupcial.
Agora:
• Pospor;
• Prever;
• Promover.
e) com os prefixos sob- e sub- antes de B, H e R:
• Sob-roda;
• Sub-humano;
• Sub-bibliotecário;
• Sub-raça.
f) na formação de palavras com ab-, ob-, ad-, usa-se o hífen diante de palavras começadas por B, D, R:
• Ad-digital;
• Ad-renal;
• Ob-rogar;
• Ab-rogar.
h) utiliza-se SEMPRE hífen após os prefixos vice-, ex-, sem-, aquém-, recém-, pós-, pré- e pró-:
• vice-almirante;
• vice-rei;
• além-mar;
• ex-aluno;
• pré-vestibular;
• sem-terra.
i) cai o H nas palavras formadas pelos prefixos co-, re-, des-, dis-, in-, an-, pre- e pro- e se aglutina mesmo nos encontros de vogais:
• Coautor;
• Coocupante;
• Coabitar;
• Coerdeiro;
• Reabilitar;
• Reescrever;
• Desumano;
• Anistórico;
• Disidria;
• Preexistente;
• Proativo.
j) o prefixo co- junta-se com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por O ou H ou qualquer vogal. Neste último caso, corta-se o h. Se a palavra seguinte começar com R ou S dobram-se essas letras:
• Coobrigação;
• Coassociado;
• Coadaptar;
• Coerdeiro;
• Cofundador;
• Coabitação;
• Corréu;
• Cosseno;
• Coautor.
k) com os prefixos pre- e re-, não se usa o hífen, mesmo diante de palavras começadas por E:
• Preexistente;
• Preelaborar;
• Reescrever;
• Reedição;
• Reestudar;
• Reabitar;
• Reabilitar.
3. NÃO se Empregará o hífen:
3.1 quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por R ou S, caso em que as consoantes se duplicam:
• Antirreligioso;
• Antissemita;
• Minissaia;
• Contrarregra;
• Contrarrazões;
• Corresponsável;
• Cosseno;
• Ultrassonografia.
3.2 quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com vogal diferente:
• Antiaéreo;
• Autoescola;
• Autoaprendizagem.
É isso.
Abraço.
BIBLIOGRAFIA
CEGALLA, Domigos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. 48.ed.rev. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008.
SACCONI, Luiz Antonio. Novíssima gramática ilustrada. 23.ed. ver. São Paulo: Nova Geração, 2010.
SILVA, Edevaldo Alves da. Guia da reforma ortográfica da FMU.
TUFANO, Douglas. Guia prático da nova ortografia. Versão atualizada de acordo com o VOLP. 2.ed. Editora Melhoramento Ltda, 2009.
VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa).