"Acordo Ortográfico
(Preâmbulo)
Considerando que o projecto de texto de ortografia unificada de língua portuguesa constitui um passo importante para a defesa da nossa língua e para o seu prestígio internacional;
Considerando que o texto do Acordo que ora se aprova resulta de um aprofundado debate nos países signatários;
A República Popular de Angola, a República Federativa do Brasil, a República de Cabo Verde, a República da Guiné-Bissau, a República de Moçambique, a República Portuguesa e a República de São Tomé e Príncipe aprovam o presente Acordo.
Lisboa, 12 de outubro de 1990."
* * *
"O objetivo deste guia é expor ao leitor, de maneira objetiva, as alterações introduzidas na ortografia da língua portuguesa pelo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990, por Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Timor Leste.
No Brasil, o Acordo foi aprovado pelo Decreto Legislativo n.º54, de 18 de abril de 1995.
Esse Acordo é meramente ortográfico; portanto, restringe-se à língua escrita, não afetando nenhum aspecto da língua falada. Ele não elimina todas as diferenças ortográficas observadas nos países que têm a língua portuguesa como idioma oficial, mas é um passo em direção à pretendida unificação ortográfica desses países.
Mudanças no alfabeto
O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas k, we y.
O alfabeto completo passa a ser:
A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V WX Y Z
As letras k, w e y, que na verdade não tinham desaparecido da maioria dos dicionários da nossa língua, são usadas em várias situações. Por exemplo:
a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km (quilômetro), kg (quilograma), W (watt);
b) na escrita de palavras estrangeiras (e seus derivados): show, playboy, playground, windsurf, kung fu, yin, yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano.
Trema
Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra upara indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue,gui, que, qui:
aguentar
arguir
bilíngue
cinquenta
delinquente
eloquente
ensanguentado
equestre
frequente
lingueta
linguiça
quinquênio
sagui
sequência
sequestro
tranquilo
Atenção: O trema permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas derivadas. Ex: Müller, mülleriano.
Mudanças nas regras de acentuação
1. Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e óidas palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba):
alcaloide
alcateia
androide
apoia (verbo apoiar)
apoio (verbo apoiar)
asteroide
boia
celuloide
claraboia
colmeia
Coreia
debiloide
epopeia
estoico
estreia (verbo estrear)
estreio
geleia
heroico
ideia
jiboia
joia
odisseia
paranoia
paranoico
plateia
tramóia
Atenção: essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam a ser acentuadas as palavras oxítonas e os monossílabos tônicos terminados em éis eói(s):
papéis
herói
heróis
dói (verbo doer)
sóis etc.
2. Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no ie no u tônicos quando vierem depois de um ditongo decrescente:
baiuca
bocaiuva*
cauila**
feiúra
* bocaiuva = certo tipo de palmeira
**cauila = avarento
Atenção:
1) se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição final
(ou seguidos de s), o acento permanece: tuiuiú, tuiuiús, Piauí;
2) se o i ou o u forem precedidos de ditongo crescente, o acento permanece: guaíba, Guaíra.
3. Não se usa mais o acento das palavras terminadas emêem e ôo(s).
abençoo
creem
deem
doo
enjoo
leem
magoo
perdoo
povoo
veem
voos
zoo
4. Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, péla(s)/ pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.
Como era Como fica
Ele pára o carro. Ele para o carro.
Ele foi ao pólo Norte. Ele foi ao polo Norte..
Ele gosta de jogarpólo. Ele gosta de jogar . polo.
(Preâmbulo)
Considerando que o projecto de texto de ortografia unificada de língua portuguesa constitui um passo importante para a defesa da nossa língua e para o seu prestígio internacional;
Considerando que o texto do Acordo que ora se aprova resulta de um aprofundado debate nos países signatários;
A República Popular de Angola, a República Federativa do Brasil, a República de Cabo Verde, a República da Guiné-Bissau, a República de Moçambique, a República Portuguesa e a República de São Tomé e Príncipe aprovam o presente Acordo.
Lisboa, 12 de outubro de 1990."
* * *
"O objetivo deste guia é expor ao leitor, de maneira objetiva, as alterações introduzidas na ortografia da língua portuguesa pelo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990, por Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Timor Leste.
No Brasil, o Acordo foi aprovado pelo Decreto Legislativo n.º54, de 18 de abril de 1995.
Esse Acordo é meramente ortográfico; portanto, restringe-se à língua escrita, não afetando nenhum aspecto da língua falada. Ele não elimina todas as diferenças ortográficas observadas nos países que têm a língua portuguesa como idioma oficial, mas é um passo em direção à pretendida unificação ortográfica desses países.
Mudanças no alfabeto
O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas k, we y.
O alfabeto completo passa a ser:
A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V WX Y Z
As letras k, w e y, que na verdade não tinham desaparecido da maioria dos dicionários da nossa língua, são usadas em várias situações. Por exemplo:
a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km (quilômetro), kg (quilograma), W (watt);
b) na escrita de palavras estrangeiras (e seus derivados): show, playboy, playground, windsurf, kung fu, yin, yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano.
Trema
Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra upara indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue,gui, que, qui:
aguentar
arguir
bilíngue
cinquenta
delinquente
eloquente
ensanguentado
equestre
frequente
lingueta
linguiça
quinquênio
sagui
sequência
sequestro
tranquilo
Atenção: O trema permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas derivadas. Ex: Müller, mülleriano.
Mudanças nas regras de acentuação
1. Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e óidas palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba):
alcaloide
alcateia
androide
apoia (verbo apoiar)
apoio (verbo apoiar)
asteroide
boia
celuloide
claraboia
colmeia
Coreia
debiloide
epopeia
estoico
estreia (verbo estrear)
estreio
geleia
heroico
ideia
jiboia
joia
odisseia
paranoia
paranoico
plateia
tramóia
Atenção: essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam a ser acentuadas as palavras oxítonas e os monossílabos tônicos terminados em éis eói(s):
papéis
herói
heróis
dói (verbo doer)
sóis etc.
2. Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no ie no u tônicos quando vierem depois de um ditongo decrescente:
baiuca
bocaiuva*
cauila**
feiúra
* bocaiuva = certo tipo de palmeira
**cauila = avarento
Atenção:
1) se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição final
(ou seguidos de s), o acento permanece: tuiuiú, tuiuiús, Piauí;
2) se o i ou o u forem precedidos de ditongo crescente, o acento permanece: guaíba, Guaíra.
3. Não se usa mais o acento das palavras terminadas emêem e ôo(s).
abençoo
creem
deem
doo
enjoo
leem
magoo
perdoo
povoo
veem
voos
zoo
4. Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, péla(s)/ pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.
Como era Como fica
Ele pára o carro. Ele para o carro.
Ele foi ao pólo Norte. Ele foi ao polo Norte..
Ele gosta de jogarpólo. Ele gosta de jogar . polo.
Esse gato tem pêlos brancos.
Esse gato tem pelos brancos.
Comi uma pêra. Comi uma pera.
Atenção!
• Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3.ª pessoa do singular.
Pode é a forma do presente do indicativo, na 3.ª pessoa do singular. Ex:
Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode.
• Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo.Por é preposição. Ex:
Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim.
• Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.). Ex:
Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros.
Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba.
Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra.
Ele convém aos estudantes. / Eles convêm aos estudantes.
Ele detém o poder. / Eles detêm o poder.
Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm em todas as aulas.
• É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara. Veja este exemplo:
Qual é a forma da fôrma do bolo?
5. Não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo do verbo arguir. O mesmo vale para o seu composto redarguir.
6. Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados emguar, quar e quir, como aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir etc. Esses verbos admitem duas pronúncias em algumas formas do presente do indicativo, do presente do subjuntivo e também do imperativo. Veja:
a) se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser acentuadas. Ex:
• verbo enxaguar:
enxáguo
enxáguas
enxágua
enxáguam;
enxágue
enxágues
enxáguem.
• verbo delinquir:
delínquo
delínques
delínque
delínquem;
delínqua
delínquas
delínquam.
b) se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser acentuadas. Ex. (a vogal sublinhada é tônica, isto é, deve ser pronunciada mais fortemente que as outras):
• verbo enxaguar:
enxaguo
enxaguas
enxagua
enxaguam;
enxague
enxagues
enxaguem.
• verbo delinquir:
delinquo
delinques
delinque
delinquem;
delinqua
delinquas
delinquam.
Atenção: no Brasil, a pronúncia mais corrente é a primeira, aquela com a e i tônicos.
Uso do hífen com compostos
1. Usa-se o hífen nas palavras compostas que não apresentam elementos de ligação:
guarda-chuva
arco-íris
boa-fé
segunda-feira
mesa-redonda
vaga-lume
joão-ninguém
porta-malas
porta-bandeira
pão-duro
bate-boca
* Exceções: Não se usa o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição, como girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista, paraquedismo.
2. Usa-se o hífen em compostos que têm palavras iguais ou quase iguais, sem elementos de ligação:
reco-reco
blá-blá-blá
zum-zum
tico-tico
tique-taque
cri-cri
glu-glu
rom-rom
pingue-pongue
zigue-zague
esconde-esconde
pega-pega
corre-corre
3. Não se usa o hífen em compostos que apresentam elementos de ligação:
pé de moleque
pé de vento
pai de todos
dia a dia
fim de semana
cor de vinho
ponto e vírgula
camisa de força
cara de pau
olho de sogra
Incluem-se nesse caso os compostos de base oracional:
maria vai com as outras
leva e traz
diz que diz que
deus me livre
deus nos acuda
cor de burro quando foge
bicho de sete cabeças
faz de conta
* Exceções: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa.
4. Usa-se o hífen nos compostos entre cujos elementos há o emprego do apóstrofo:
gota-d’água
pé-d’água
5. Usa-se o hífen nas palavras compostas derivadas de topônimos (nomes próprios de lugares), com ou sem elementos de ligação:
Belo Horizonte — belo-horizontino
Porto Alegre — porto-alegrense
Mato Grosso do Sul — mato-grossense-do-sul
Rio Grande do Norte — rio-grandense-do-norte
África do Sul — sul-africano
6. Usa-se o hífen nos compostos que designam espécies animais e botânicas (nomes de plantas, flores, frutos, raízes, sementes), tenham ou não elementos de ligação:
andorinha-da-serra
bem-te-vi
cravo-da-índia
erva-doce
ervilha-de-cheiro
lebre-da-patagônia
mico-leão-dourado
peixe-espada
peixe-do-paraíso
peroba-do-campo
pimenta-do-reino
Obs.: não se usa o hífen, quando os compostos que designam espécies botânicas e zoológicas são empregados fora de seu sentido original. Observe a diferença de sentido entre os pares:
a) bico-de-papagaio (espécie de planta ornamental) - bico de papagaio (deformação nas vértebras).
b) olho-de-boi (espécie de peixe) - olho de boi (espécie de selo postal).
Uso do hífen com prefixos
As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por prefixos (anti, super, ultra, sub etc.) ou por elementos que podem funcionar como prefixos (aero, agro, auto, eletro, geo, hidro, macro, micro, mini, multi, neo etc.).
Casos gerais
1. Usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h:
anti-higiênico
anti-histórico
macro-história
mini-hotel
proto-história
sobre-humano
super-homem
ultra-humano
2. Usa-se o hífen se o prefixo terminar com a mesma letra com que se inicia a outra palavra:
anti-inflacionário
inter-regional
micro-ondas
sub-bibliotecário
3. Não se usa o hífen se o prefixo terminar com letra diferente daquela com que se inicia a outra palavra:
aeroespacial
agroindustrial
antiaéreo
autoescola
intermunicipal
semicírculo
superinteressante
supersônico
* Se o prefixo terminar por vogal e a outra palavra começar por r ou s, dobram-se essas letras:
antirracismo
minissaia
semirreta
ultrassom
Casos particulares
1. Com os prefixos sub e sob, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r:
sob-roda
sub-região
sub-regional
sub-reitor
2. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal:
circum-murado
circum-navegação
pan-americano
3. Usa-se o hífen com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, vice:
além-mar
além-túmulo
aquém-mar
ex-aluno
ex-diretor
ex-hospedeiro
ex-prefeito
ex-presidente
pós-graduação
pré-história
pré-vestibular
pró-europeu
recém-casado
recém-nascido
sem-terra
vice-rei
4. O prefixo co junta-se com o segundo elemento, mesmo quando este seinicia por o ou h. Neste último caso, corta-se o h. Se a palavra seguinte começar com r ou s, dobram-se essas letras:
coabitação
coedição
coeducar
coerdeiro
cofundador
coobrigação
corréu
corresponsável
cosseno
5. Com os prefixos pre e re, não se usa o hífen, mesmo diante de palavras começadas por e:
preelaborar
preexistente
reedição
reescrever
6. Na formação de palavras com ab,ob e ad, usa-se o hífen diante de palavra começada por b, d ou r:
ab-rogar
ad-digital
ad-renal
ob-rogar
Outros casos do uso do hífen
1. Não se usa o hífen na formação de palavras com não equase:
(acordo de) não agressão
(isto é um) quase delito
2. Com mal*, usa-se o hífen quando a palavra seguinte começar por vogal, h ou l:
mal-entendido
mal-estar
mal-humorado
mal-limpo
* Quando mal significa doença, usa-se o hífen se não houver elemento de ligação: mal-francês.
Se houver elemento de ligação, escreve-se sem o hífen: mal de lázaro, mal de sete dias.
3. Usa-se o hífen com sufixos de origem tupi-guarani que representam formas adjetivas, como açu, guaçu, mirim:
amoré-guaçu
anajá-mirim
capim-açu
4. Usa-se o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares:
eixo Rio-São Paulo
ponte Rio-Niterói
5. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou combinação de palavras coincidir como hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte:
Na cidade, conta-se que ele foi viajar.
O diretor foi receber os ex-alunos.
Fontes de consulta:
Guia Prático da Nova Ortografia, de DouglasEsse gato tem pelos brancos.
Comi uma pêra. Comi uma pera.
Atenção!
• Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3.ª pessoa do singular.
Pode é a forma do presente do indicativo, na 3.ª pessoa do singular. Ex:
Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode.
• Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo.Por é preposição. Ex:
Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim.
• Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.). Ex:
Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros.
Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba.
Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra.
Ele convém aos estudantes. / Eles convêm aos estudantes.
Ele detém o poder. / Eles detêm o poder.
Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm em todas as aulas.
• É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara. Veja este exemplo:
Qual é a forma da fôrma do bolo?
5. Não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo do verbo arguir. O mesmo vale para o seu composto redarguir.
6. Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados emguar, quar e quir, como aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir etc. Esses verbos admitem duas pronúncias em algumas formas do presente do indicativo, do presente do subjuntivo e também do imperativo. Veja:
a) se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser acentuadas. Ex:
• verbo enxaguar:
enxáguo
enxáguas
enxágua
enxáguam;
enxágue
enxágues
enxáguem.
• verbo delinquir:
delínquo
delínques
delínque
delínquem;
delínqua
delínquas
delínquam.
b) se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser acentuadas. Ex. (a vogal sublinhada é tônica, isto é, deve ser pronunciada mais fortemente que as outras):
• verbo enxaguar:
enxaguo
enxaguas
enxagua
enxaguam;
enxague
enxagues
enxaguem.
• verbo delinquir:
delinquo
delinques
delinque
delinquem;
delinqua
delinquas
delinquam.
Atenção: no Brasil, a pronúncia mais corrente é a primeira, aquela com a e i tônicos.
Uso do hífen com compostos
1. Usa-se o hífen nas palavras compostas que não apresentam elementos de ligação:
guarda-chuva
arco-íris
boa-fé
segunda-feira
mesa-redonda
vaga-lume
joão-ninguém
porta-malas
porta-bandeira
pão-duro
bate-boca
* Exceções: Não se usa o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição, como girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista, paraquedismo.
2. Usa-se o hífen em compostos que têm palavras iguais ou quase iguais, sem elementos de ligação:
reco-reco
blá-blá-blá
zum-zum
tico-tico
tique-taque
cri-cri
glu-glu
rom-rom
pingue-pongue
zigue-zague
esconde-esconde
pega-pega
corre-corre
3. Não se usa o hífen em compostos que apresentam elementos de ligação:
pé de moleque
pé de vento
pai de todos
dia a dia
fim de semana
cor de vinho
ponto e vírgula
camisa de força
cara de pau
olho de sogra
Incluem-se nesse caso os compostos de base oracional:
maria vai com as outras
leva e traz
diz que diz que
deus me livre
deus nos acuda
cor de burro quando foge
bicho de sete cabeças
faz de conta
* Exceções: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa.
4. Usa-se o hífen nos compostos entre cujos elementos há o emprego do apóstrofo:
gota-d’água
pé-d’água
5. Usa-se o hífen nas palavras compostas derivadas de topônimos (nomes próprios de lugares), com ou sem elementos de ligação:
Belo Horizonte — belo-horizontino
Porto Alegre — porto-alegrense
Mato Grosso do Sul — mato-grossense-do-sul
Rio Grande do Norte — rio-grandense-do-norte
África do Sul — sul-africano
6. Usa-se o hífen nos compostos que designam espécies animais e botânicas (nomes de plantas, flores, frutos, raízes, sementes), tenham ou não elementos de ligação:
andorinha-da-serra
bem-te-vi
cravo-da-índia
erva-doce
ervilha-de-cheiro
lebre-da-patagônia
mico-leão-dourado
peixe-espada
peixe-do-paraíso
peroba-do-campo
pimenta-do-reino
Obs.: não se usa o hífen, quando os compostos que designam espécies botânicas e zoológicas são empregados fora de seu sentido original. Observe a diferença de sentido entre os pares:
a) bico-de-papagaio (espécie de planta ornamental) - bico de papagaio (deformação nas vértebras).
b) olho-de-boi (espécie de peixe) - olho de boi (espécie de selo postal).
Uso do hífen com prefixos
As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por prefixos (anti, super, ultra, sub etc.) ou por elementos que podem funcionar como prefixos (aero, agro, auto, eletro, geo, hidro, macro, micro, mini, multi, neo etc.).
Casos gerais
1. Usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h:
anti-higiênico
anti-histórico
macro-história
mini-hotel
proto-história
sobre-humano
super-homem
ultra-humano
2. Usa-se o hífen se o prefixo terminar com a mesma letra com que se inicia a outra palavra:
anti-inflacionário
inter-regional
micro-ondas
sub-bibliotecário
3. Não se usa o hífen se o prefixo terminar com letra diferente daquela com que se inicia a outra palavra:
aeroespacial
agroindustrial
antiaéreo
autoescola
intermunicipal
semicírculo
superinteressante
supersônico
* Se o prefixo terminar por vogal e a outra palavra começar por r ou s, dobram-se essas letras:
antirracismo
minissaia
semirreta
ultrassom
Casos particulares
1. Com os prefixos sub e sob, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r:
sob-roda
sub-região
sub-regional
sub-reitor
2. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal:
circum-murado
circum-navegação
pan-americano
3. Usa-se o hífen com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, vice:
além-mar
além-túmulo
aquém-mar
ex-aluno
ex-diretor
ex-hospedeiro
ex-prefeito
ex-presidente
pós-graduação
pré-história
pré-vestibular
pró-europeu
recém-casado
recém-nascido
sem-terra
vice-rei
4. O prefixo co junta-se com o segundo elemento, mesmo quando este seinicia por o ou h. Neste último caso, corta-se o h. Se a palavra seguinte começar com r ou s, dobram-se essas letras:
coabitação
coedição
coeducar
coerdeiro
cofundador
coobrigação
corréu
corresponsável
cosseno
5. Com os prefixos pre e re, não se usa o hífen, mesmo diante de palavras começadas por e:
preelaborar
preexistente
reedição
reescrever
6. Na formação de palavras com ab,ob e ad, usa-se o hífen diante de palavra começada por b, d ou r:
ab-rogar
ad-digital
ad-renal
ob-rogar
Outros casos do uso do hífen
1. Não se usa o hífen na formação de palavras com não equase:
(acordo de) não agressão
(isto é um) quase delito
2. Com mal*, usa-se o hífen quando a palavra seguinte começar por vogal, h ou l:
mal-entendido
mal-estar
mal-humorado
mal-limpo
* Quando mal significa doença, usa-se o hífen se não houver elemento de ligação: mal-francês.
Se houver elemento de ligação, escreve-se sem o hífen: mal de lázaro, mal de sete dias.
3. Usa-se o hífen com sufixos de origem tupi-guarani que representam formas adjetivas, como açu, guaçu, mirim:
amoré-guaçu
anajá-mirim
capim-açu
4. Usa-se o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares:
eixo Rio-São Paulo
ponte Rio-Niterói
5. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou combinação de palavras coincidir como hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte:
Na cidade, conta-se que ele foi viajar.
O diretor foi receber os ex-alunos.
Fontes de consulta:
Tufano. Livraria Melhoramentos, SP, 2010.
Vocabulário Ortográfico da Língua Portutuguesa
(VOLP). Academia Brasileira de Letras. 5ª edição,
Global Editora, SP, 2009.
http://www.livrariamelhoramentos.com.br/
Guia_Reforma_Ortografica_Melhoramentos.pdf