NA LOCUÇÃO “BECO SEM SAÍDA” HAVERIA OU NÃO REDUNDÂNCIA?
Para alguns estudiosos do idioma em Portugal, na locução [beco sem saída] HAVERIA uma indisfarçável REDUNDÂNCIA, já que [beco] já seria uma pequena rua sem saída, existindo inclusive registro dessa conjeturada redundância em clássicos dicionários e gramáticas de Portugal.
Entretanto, entre nós, segundo registram os mais consultados dicionários [AURÉLIO e HOUAISS], NÃO HAVERIA, na locução [beco sem saída], redundância, tanto que ambos os dicionários registram tal locução como vernácula.
No AURÉLIO – [beco sem saída] – “1. Dificuldade insuperável. 2. Situação muito embaraçosa; grande aperto ou apertura.”
No HOUAISS – [beco sem saída] – “1 situação desesperada; problema irremovível. 2 circunstancia embaraçosa; dificuldade, aperto.”
Estamos, mais uma vez, com nosso respeitado gramático e dicionarista LUIZ ANTÔNIO SACCONI, para quem:
“beco sem saída –– redundância?
Não, não há redundância aí. O que é um beco? Um beco é uma rua curta, estreita e imprópria para o trânsito de veículos. Não sendo necessariamente sem saída, o beco pode ser apenas um elo entre vias maiores (largo e rua, rua e praça, etc.).” (Corrija-se! de A a Z, Editora Nova Geração, 1ª ed., 2008, p. 67).
Melhor dirão nossos ilustres leitores.