Correntes De Estudo Da Morfologia
1) Descritivismo
Escola assim denominada porque seu modelo de estudo preocupa-se com a descrição e fixação dos paradigmas, ou seja, baseada na gramática greco-latina que se preocupava com a relação entre a lógica e a linguagem, pressupondo uma fixidez da língua, estabelecendo normas de comportamento linguístico.
2) Historicismo
Em oposição à concepção estática do descritivismo, surge o historicismo preocupado em explicar a formação e a evolução das línguas. No final do século XIX, os estudiosos concluíram que o português, assim como o francês, o espanhol e o italiano, tinham a sua origem no latim. Surge, então, a Filologia Romântica e a constatação da mudança, da evolução das línguas num processo dinâmico. A Filologia, por ser um processo histórico, introduz nas pesquisas a abordagem diacrônica. Surgem a gramática comparativa (comparação dos elementos de línguas distintas) e a linguística histórica (explicação da formação e evolução das línguas), tendo como objeto as origens comuns das línguas.
3) Estruturalismo
A partir das obras de Saussure, já no princípio do século XX, surge o princípio da oposição de valores, isto é, as formas linguísticas (os fonemas, os morfemas, as palavras, as frases, o texto) formam as estruturas da língua.
O sincronismo e o diacronismo passaram a ter existência paralela e independente – as línguas passaram a ser estudadas de duas formas: a descritiva e a histórica.
4) Gerativismo
No final da década de 50, o linguista norte-americano Noam Chomsky lançou uma nova visão do estudo da linguagem: a gramática gerativo-transformacional.
Com o gerativismo, os estudos da linguagem ganharam um caráter mais profundo, já que, para Chomsky, “a língua está relacionada com a capacidade criadora do homem, servindo primeiramente para o pensamento e só depois à comunicação social, ou seja, primeiro o homem pensa, depois se comunica.”
Na morfologia tradicional havia preocupação apenas com a descrição das línguas, separação e classificação dos morfemas. No estudo gerativista, os linguistas preocupam-se em explorar a capacidade do falante de formar novas palavras, estabelecer relações entre elas e reconhecer-lhes a estrutura, a morfologia seria um conjunto de regras que descreveriam as modificações das formas existentes e sua relação com as outras formas.
Segundo Chomsky, uma língua apresenta dois tipos de estrutura:
a) profundas: são as construções fixas, regulares e constantes (sujeito + predicado, verbo transitivo direto + objeto direto etc.)
b) superficiais: são as realizações das estrutura profunda
Exemplo:
Estrutura profunda
Carla bebeu um copo de vinho no bar da esquina.
Estruturas superficiais
No bar da esquina, Carla bebeu um copo de vinho.
Um copo de vinho Carla bebeu no bar da esquina.
E outras possibilidades.
A passagem da estrutura profunda para a superficial é feita através de regras de transformação, ou seja, a estrutura profunda grã as superficiais – gramática gerativa.
Morfologia
a) Breve histórico
- Gramática clássica: flexão, derivação e sintaxe.
- Século XIX – palavra morfologia utilizada como termo linguístico (flexão e derivação).
b) Conceito e objeto – Autonomia da morfologia – a morfossintaxe
c) Divisão – morfologia flexional e morfologia lexical
Critérios para se distinguir a expressão flexional a lexical (derivacional); segundo Joan Bybee:
- Obrigatoriedade (e consequente previsibilidade)
- Generabilidade (produtividade X semiprodutividade)
- Estabilidade semântica
- Grau de relevância semântica
- Mudança de classe gramatical