Sons e palavras singônicas *
singônico (a) - termo por mim cunhado, relativo a singônia - som singônico = som semelhante
DE AVES
Esta é uma história que tenho guardada para quando eu tiver uma filha, ou sobrinha, chamada Maria e de apelido Zinha.
Avézio era um menino baixinho. Seu avô, também baixinho, começou a chamar o então guri pelo apelido de Avezinho.
Certo dia, mudou-se para a casa ao lado de Avézio, uma menina de baixíssima estatura, chamada Áviz. Devido ao seu tamanhinho, era conhecida por Avizinha.
Avezinho gostava da sua vizinha, Avizinha e também de seu avozinho.
Uma manhã, saía de casa Avizinha, a vizinha de Avezinho, com uma avezinha na mão. O avozinho com a sua vozinha (estava afônico) avisou Avezinho do perigo que Avezinha, a vizinha, corria com a sua avezinha, pois estava solto o gato da avozinha, uma outra vizinha que ainda não estava na história. Mas como Avezinho não ouviu o avisinho do seu avozinho, devido à sua vozinha, não alertou Avizinha e o gato da avozinha comeu a avezinha da Avezinha, sua vizinha. Viu, Zinha?
- texto para ser lido em voz alta e rápido –
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bonus
CENAS DO FUTURO (ANO 2992)
- Dizem que ali havia dois bairros - e ele aponta para aquela floresta toda - Ipanema e Leblon. A ecologia tomou tudo, tudo. Nossos avós e bisavós moravam em casas de concreto, não em cavernas como nós. Não precisavam ir no matinho, existiam banheiros. Consta que, no verão, um aparelho refrigerava o ar. Aquilo, sim, é que era vida - falou um, sentado no terreno, abanando os mosquitos, todo suado.
- Aparelho? O que é isso? - perguntou o outro, comendo com as mãos os restos da caça crua, levantando o pé para dar passagem à correria de um ratão animado.
Estava entardecendo. Ao longe deslumbrava-se um pôr do sol magnífico, abrilhantado por muito verde, onde saltitavam uma série de espécimes outrora em extinção.
(do livro Sexo , Mulheres e Ecologia, 1992)
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O MATEIRO E OS MUIAMAS
Seu Jebêncio se diz ser o maior "granjeador" da região, entendendo-se por região as fechadas matas das cercanias de Santo Belo do Ribeirão, Cabijunça da Serra e Capirobinha. Suas histórias resvalam o fantástico - que conhecimento ele diz ter dos animais e das suas especificidades - é bem verdade, nunca falou "especificidade": "os bicho têm cada manha, que vige Deus".
O tontôzeo, uma espécie de roedor de pêlo alaranjado, do tamanho de um coelho grande, esperto feito um rato, é o terror das galinhas - mata por maldade e despeito, segundo seu Jebêncio. Quando ele desanda a falar "dos pássaro", seus olhos brilham. O tiruri, seu preferido, só come daquela frutinha arroxeada, raríssima - taiapu. Fingo-fingo, com seu bico vermelho e azul, é uma raridade, só comparado ao canguçu real que só é visto em dias de chuva fina, isto depois que o "o sol vira".
Passando para os insetos rasteiros, as formigas recebem pelo menos meia hora de prosa. As urpias são rivais das juenas, pequeninas e vermelhinhas, mas com uma picada capaz de derrubar neguiu dos grandes - este será descrito mais adiante. Nunca soube se pequeninas e vermelhinhas são as urpias ou as juenas, ou o nome certo seria jurenas?
As marmelas, uma espécie de aranha, são temidas pelos liolás, escorpiões com férnulas avantajadas - férnulas, segundo ele, são ferrões de três garras. Nos seus casos sobre insetos aparecem também os pecuins, os birós e os amiuns - de difícil identificação quanto ao porte e hábitos, são citados apenas de passagem, sem pormenores ou detalhes.
O neguiu, já referido, é uma espécie de urso que tem no tamanduá gibil seu grande rival. O gibil é uma variedade de tamanduá com presa tipo de elefante.
Mas quando seu Jebêncio cita os muiamas - ele sempre cita "os muiama" - fica sério e pede silêncio. Pita umas três vezes o cachimbo de sempre, ajeita o esfarrapado chapéu de palha e fala: "Meu filho, os muiama... nem é bom contá.
Este negócio de ecologia devia se preocupar com os muiama... eles estão acabando com tudo... nem é bom contá". Repete isso umas três vezes e acaba por se convencer que não deve "contá" e se cala por completo sobre o assunto.
Eu fico sempre imaginando o que será que eles - os muiamas - têm de tão especial para serem tão misteriosamente respeitados e temidos? Como serão os muiamas? Será que estamos perante o dilema: ou acabamos com os muiamas ou eles acabam com a ecologia e com a espécie humana, impiedosamente? A imaginação vai longe, e lá longe,
junto com a minha imaginação, me despeço de seu Jebêncio. Espero ele se emaranhar no mato - ele mora no mato, este sim, é um verdadeiro ecologista - lá pelos lados de Capirobinha, no entroncamento de Cabijunça da Serra com Santo Belo do Ribeirão, até perdê-lo de vista e abro o jogo com você: tudo mentira, pura invenção da minha parte. Apenas um pretexto para ter mais um texto neste capítulo.
(do livro "Sexo, Mulheres e Ecologia")
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WIK y PEDIA
MUIAMA
Animal de origem e classificação indefinidas. Consta que seus hábitos foram descritos por seu Jebêncio (mateiro) em O mateiro e os Muiamas
Etmologia
A designação científica genérica "Amuai-ai-ui-a mama" talvez seja procedente do cientista gago Jebhenthios na Grécia pré-antiga.
Classificação
Os muiamas são classificados como pequeno, médio e grande, podendo em alguns casos especiais serem encontrados na categoria XL. Nunca se soube de ocorrências tipo nano.
Aparência
Características indefinidas, proporções adequadas, quatro patas (a menos de aberrações). Os machos são maiores do que as fêmeas e os filhos nascem pequenos.
Distribuição geográfica
Atualmente os muiamas são descritos como vistos em Cabijunça da Serra, Capirobinha do Norte e Santo Belo do Ribeirão. Seu habitat natural é na natureza, quanto mais natural e mais ecológica melhor. Em épocas remotas em toda a África, Oriente médio, oriente pequeno e oriente grande, não se tem notícias da existência de muiamas.
Os muiamas foram extintos na Gruécia (país antecessor da Grécia) por volta dos anos sem volta D.C. no Cáucaso e no Qual caso. Consta que uma subespécie de muiamas de características homossexuais (meio miuama, meio veado) vive até hoje em locais considerados submundos das florestas GLS.
Hábitos
Os machos são machos e as fêmeas são fêmeas, não se tem notícias de hábitos que os comparem a freqüentadores de casas Gay. Os machos comem fêmeas, só fêmeas (a menos da tal subespécie).
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ATENÇÃO
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Eu acredito em nós, em Zeus e que o Flamengo vai ser campeão de novo. Essas são idéias chaves e enquanto escrevo isso não tenho a menor idéia onde deixei minhas chaves Será que isso é a prova que temos o potencial coletivo para mudar o mundo?.
Necessitamos nos proteger contra essa onda toda, seja ela qual for. Queremos mantê-la aberta (ela quem?) - você pode usar o texto acima para qualquer coisa que queira. Queremos que ela (ela quem?) continue crescendo, espalhando o conhecimento por todos lugares, convidando à participação de todos. Onde estão os muiamas????
Imagine um mundo onde cada pessoa do planeta tenha acesso livre à soma de todo o conhecimento humano e que acabemos por descobrir que os muiamas são a verdadeira ameça que nos cerca. Para onde estamos indo?. Com a sua reflexão aguçada nós conseguiremos sobreviver.
Rahdy Neyhoub
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