Assim Ou Assado?Tanto Faz,O Brasil Não É Alfabetizado

"É indiferente, no português contemporâneo, o uso de ter que

e ter de " (Sacconi).

Temos aí uma ideia expressa? -Sim! A comunicação e a arte

via ESCRITA exigem palavras, e quem solidifica o brilho do pensamento

e das palavras, indiferente da língua, é a gramática!

-"I have to write a letter."

-"I have a letter to write."

Alguém saberia nos explicar oficialmente, via sistema ortográfico

brasileiro, por que escrevemos bem-vindo, separado e com hífen e

escrito com M, ao lado de benvindo nome próprio, escrito sem hífen

e com N? (V.Dic.de Questões Vernáculas, dr.Napoleão,pág.39.)

Por que dentre todos os países que falam e escrevem o português, o

nosso é o único que faz distinção entre ambrósia e "ambrosía"?

Ter que ou ter de, assim ou assado, como se escreve? -Tanto

faz, o Brasil não é alfabetizado.

"Só existe uma língua. O alfabeto é apenas uma forma afona (afônica) de transmiti-lo. Por isso a ortografia (doença da linguagem) deve ser legislada, ungida e imposta com extrema humildade por parte de quem é capaz de executar e pode ungir e impõe impor. O usuário deve usar a ortografia com total rebeldia.

O QUE RESISTIR ALGUNS ANOS É CERTO. O QUE RESISTIR UM SÉCULO É SÁBIO.

Quem não tiver capacidade de projetar reformas que durem um século que se retire. Nenhuma língua morreu por falta de gramáticos. Algumas estagnaram por deficiência de escritores. Nenhuma viveu sem povo".

Escrito de maneira clara e objetiva, que recurso Millor Fernandes utilizou para transmitir sua ideia? Por acaso não temos aí um sujeito, um verbo, um predicativo, um adjunto adnominal restritivo, um objeto direto e o mais? Temos ou não aí "uma doença da linguagem?"

"...O usuário deve USAR a ortografia com total rebeldia..."

-Quem deve usar?

Resposta: O usuário.

Sujeito: O usuário (caso nominativo em latim)

-O usuário deve usar o quê?

Resposta: a ortografia.

Objeto direto: a ortografia (caso acusativo em latim).

-Com total rebeldia é adjunto adverbial de modo (caso ablativo). Rebeldia essa que o próprio Millor Fernandes não usa, haja vista a análise e o cuidado empregado em cada oração, em cada palavra.

Note que ele não escreve de maneira rebelde: O usuário deve usar "À" ortografia com total rebeldia- e isso por quê? (Ora, que ave pousa com a cabeça? Que avião pousa com as rodas para cima com total rebeldia?)

Regência verbal é assunto que TEM DE ser tratado à luz de bons dicionários, isto manda a lógica (não se chegou a 2+1=3 usando o raciocínio e a lógica?):

Usar (verbo) V.Dic.Francisco Fernandes, pág.588; Dic.Melhoramentos, pág.552; Dic.Michaelis, pág.2167; Dic.Caldas Aulete, pág.1973 que é igual: Dic.Latino Português, páginas 907 e 909 que é igual: Dic. Etymologique de la Langue Latine por A Ernoult el A. Meillet (Paris) etc.

"...no alemão, onde a passiva perifrástica, construída com o (verbo) auxiliar WERDEN se USA muitas vezes." Theodoro Henrique Maurer Jr. (Dic Michaelis e Dic Melhoramentos).

Em nenhum dicionário de responsabilidade e peso internacional encontramos:

"O povo brasileiro tem (QUE) usar (À) ortografia com total rebeldia."

Usar nessa acepção é verbo transitivo direto e o seu complemento tem DE ser um objeto direto. Por isso todos TEMOS DE usar o raciocínio, a lógica etc, porque assim como a partitura rege a música, a gramática rege a comunicação humana.

Alguma rebeldia mundial demonstra ter poder absoluto? -Não!

-"Da mesma maneira que a música possui sua artinha, ou seja, o conjunto de princípios, normas, ensinamentos e regras concernentes a essa arte, também as línguas possuem cada uma a sua gramática, isto é, O CONJUNTO DE TODAS AS NORMAS PARA O SEU PERFEITO USO". (dr.Napoleão).

-Mas parece que nem todos são favoráveis a isso: "O que vale o 'Dicionário Contemporâneo' de Caldas Aulete...........

A língua portuguesa tem dois dicionários: o de Morais e o de Caldas Aulete.

O de Morais serve principalmente para tudo o que antecede o século XIX.

Com o progresso tornou-se deficiente e mesmo inexato em alguns pontos. Mas isso é sina a que todos os dicionários não podem escapar. No correr do século XIX apareceram dicionários para substituí-lo, mas nenhum deles conseguiu seu fim.

Só em 1884, com Caldas Aulete, Morais teria um substituto digno deste nome..." -por Antenor Nascentes. (V.Dic.Caldas Auleste, Páginas XVIII e XIX, 5ªed.BRASILEIRA.

Esta opinião de Antenor Nascentes foi a mim abonada e alforriada pelo dr.Napoleão em uma de minhas lições (Curso de Correspondência: dr.Napoleão Mendes de Almeida). Creio que todos seriam unânimes ao nos ensinar que 2+1 é igual a 3. Certamente o próprio professor Júlio Caldas Aulete, substituto de Morais, NÃO DARIA SUSTENTAÇÃO aos dizeres da 5ª edição BRASILEIRA. (Dic. Aulete, pág. 1873) :"...//(Seguido da conj. que e verbo no infin.) Ter precisão ou necessidade de: ser obrigado a: Tenho QUE assistir hoje à conferência. [É O MESMO QUE O AUXILIAR TER (HAVER) QUANDO SEGUIDO DE PREPOSIÇÃO DE...", ou seja, "É INDIFERENTE, NO PORTUGUÊS CONTEMPORÂNEO, o uso de TER QUE e TER DE." (Sacconi)

Mas cabe indagar: que tipo de tratamento é este que injeta gasolina nas veias de seus pacientes? Que tipo de país o Brasil definitivamente almeja ser no cenário internacional?

Façamos jus à memória de Caldas Aulete, substituto de Morais: Os membros (ALGUNS MEMBROS) feitores da da 5ªedição BRASILEIRA de tal ilustre obra (Dic.Contemporâneo de Caldas Aulete), merecem o puxão de orelhas (não é senhor revisor?) do dr.Napoleão e do novo Dic. Brasileiro Melhoramentos, pág.333:

"Ter...(É INCORREÇÃO, que nem todos os bons escritores evitam, dizer ter a e ter que por ter de ao INVÉS de tenho 'A', tenho 'QUE' pedir-lhe. Deve-se dizer tenho 'DE' pedir-lhe)..."

Não questiono a autoridade nem o parecer de Antenor Nacentes, dr.Napoleão e tantos outros ilustres com relação à grandeza do Dic. Contemporâneo de Caldas Aulete (SUBSTITUTO DE MORAIS).

Contudo, ALGUNS MEMBROS NOCIVOS, indiferentes a tais magnitudes, são mesmo indignos de ocupar a cadeira dos que verdadeiramente procuram ensinar.

O texto de Millor Fernandes pode ser lido também no Dic.Michaelis 2000, volume 2, página VII, onde na IV lemos:

-"...No processo vital da língua, o povo e os gramáticos exercem funcões complementares.

O povo cria a língua, e a faz funcionar; os gramáticos, com o cuidado de ecologistas monitorando uma floresta, analisam a língua, e a faz funcionar, recolhem amostras, fazem medições, propõem diagnósticos.

Gramáticos têm um poder respeitável,afinal são eles que fazem as gra

-máticas,os dicionários,os acordos ortográficos,mas esse poder não é

absoluto".

Com todo o apreço que tenho pelo dicionário Michaelis,todos somos sabedores:Tudo o que é humano é transitório,é passageiro,é mortal.

César,imperador de Roma,dominador e conhecedor também do latim,tinha poder absoluto?

Na escrita tal poder não se torna "absoluto" por causa de determinado ser ou por causa de determinado gramático,escritor,professor,filólogo...(independente de serem mais ou menos arrogantes,feios etc.)

É o conjunto de brilhantes de todas as áreas que vai forjando o ouro fino e mesclando-o ao diamante.

Por isso,no caso da escrita,opto pela rebeldia de Millor Fernandes:

"....O usuário deve usar a ortografia com total rebeldia.O QUE RESISTIR

ALGUNS ANOS É CERTO.O QUE RESISTIR UM SÉCULO É SÁBIO...."

Ter que resiste alguns anos e séculos,como prova basta este exemplo certo e sábio de Rui Barbosa(1849 + 1923):"Pela nossa parte,nada (coisa alguma)temos QUE objetar".

Ter de (Há de) resiste alguns séculos,como prova basta este exemplo sábio e certo de Vieira(1608 + 1697)"....Para se conhecerem os amigos,haviam (=tinham) os homens DE morrer primeiro e daí a algum tempo ressuscitar"(=...os homens tinham[necessidade,obrigação]

DE morrer.) Nesse caso emprega-se sempre a preposição DE:Todos temos(obrigação,necessidade) DE beber água.Todos temos de morrer.

-"Aí temos a lei",dizia o Florentino."Mas quem HÁ DE segurar?

Ninguém".

(Rui Barbosa)

- O poeta,assim como a abelha faz o mel,TEM DE fazer poesia.

(Américo Paz)

Com o intuito de buscar e aprender o que é certo e o que é sábio,ouçamos o dr.Napoleão.

"Ter de - O erro atrai o ignorante como o crime fascina o apoucado de compreensão;ignorantes e apoucados de compreensão não só,mas destituídos de lógica,de poder de ilação são certos professores de português que se atrevem em cátedras e até em livros a ensinar e a doutrinar ao arrepio dos mais conceituados e dos mais altos representantes das nossas letras;escritores podem incorrer em distrações - das quais nem Homero se livrou - mas quem em vez de apenas empregar uma expressão,uma regência,uma concordância sob o

cochilo do cansaço,faz da expressão errada ou do incompreendido comportamento sintático tema de ensino infundado, deixa de ter simples cochilo para cometer leviandade de magistério.

Desde quando e onde descobriram certos professores que a palavra QUE é preposição?Jamais pensaram eles em que há diferença de sentido entre 'nada tenho de escrever para você' e 'nada tenho que escrever para você' ?Jamais descobriram que uma é declarar 'tenho de cultivar um campo' , outra 'tenho ainda um campo que cultivar' ?

Quem estudou um pouco de latim conhece a diferença entre 'multae litterae mihi scribendae sunt' e 'non habeo quod ad te scribam' .

Nesses exemplos, a primeira forma(ter de nos portugueses,gerundivo como dativo de pessoa no latino)denota obrigatoriedade, 'estar na obrigação de'; a segunda (ter que nos portugueses,habere quod ou habere quid no latino) apenas relata a existência de coisa por fazer,de coisa que ainda não foi feita.

Em 'tenho dois livros que traduzir' , 'dois livros' é objeto direto de tenho e antecedente do relativo que,objeto de traduzir.

Esta passagem é de Rui: 'Pela nossa parte,nada temos que objetar'. Tão certo e tão comum é o que quando pronome relativo antes de fazer( 'tenho muito que fazer') que o 'que fazer' assumiu força substantiva e passou a ter o plural que fazeres,mas,repetimos,que tem aí um antecedente e, abrindo oração adjetiva, é objeto direto de fazer.

Em alguma biblioteca procure esse professor que diz ser que prepo

-sição o Torrinha, e encontrará em 'ter': 'Tenho ainda que dizer(=posso ainda dizer):habeo etiam dicere,Cic -nada tenho que te escrever:nihil habeo quod ad te scribam,Cic - não tenho o que escrever:non habeo quid scribam,Cic' -A seguir esclarece o dicionarista: 'TRADUZIR PELO GERUNDIVO acompanhado da forma apropriada do verbo sum quando ter tem a significação de ' estar na obrigação de ' ,como: multae litterae mihi scribendae sunt - Tenho DE escrever muitas cartas'.

Frases como:Tenho o que fazer (tenho algo que fazer) -Nada tinha que escrever - são em latim traduzidas:Habeo quid faciam - Nihil habebam quod scriberem.Aí pode ver o aluno o relativo quid na primeira oração,o relativo quod na segunda.

Outras:Tenho (necessidade) de fazer isto....Mihi studendum est gramaticae - tenho DE estudar gramática...."

-E quanto não TEVE DE estudá-la o professor,doutor Napoleão,o qual saindo,saindo da posição de aluno,eleva o Brasil ao mais alto nível e nos faz brilhar ao lado de nomes como:

Virgílio,Cícero,Horácio etc? Elevando ao mesmo tempo o português e a cultura de nossa gente, assim como Pelé,Airton e tantos outros no esporte, temos um brasileiro ocupando um dos mais altos níveis da cultura mundial, ao lado de um Francisco Torrinha e tantos outros.

Se o professor Napoleão lecionasse na época de Camões, este certamente também o agradeceria.

O emprego diferenciado entre ter que e ter de resiste não aos anos,mas aos séculos; e se isso é sábio, até na "rebeldia" de Millor Fernandes, como justificar com um "tanto faz"?

Por acaso 2+1 é igual a um,a três ou a tanto faz?

"....Observemos a correção de Vieira(Dic. de Questões Vernáculas): '... para se conhecerem os amigos,HAVIAM os homens DE morrer primeiro e daí ressuscitar'. Como o segundo verbo é intransitivo,emprega Vieira com a preposição de quem sabe o que escreve, A PREPOSIÇÃO DE em vez do PRONOME QUE, ao qual nenhuma função caberia.

Se não teve a sorte de ter estudado latim - e não sabe,pois,distinguir 'habeo quod faciam' de 'mihi est faciendum' - ou não tiver o Torrinha ao alcance, deverá o professor ter facilidade de encontrar um colega de corpo docente que lhe explique a diferença entre 'I have to write a letter' e 'I have a letter to write'.Pergunte-lhe como traduzir para o inglês 'tenho de acrescentar fatos' e 'tenho fatos que acrescentar'. Lá a obrigação,aqui a informação, a enumeração.

'Não discuto a construção inglesa nem a latina' -pode retrucar o professor enganado e enganador, 'o que digo é que em "ter que" o que pode significar de e, portanto,o que é aí preposição'. -Como?perguntamos;desde quando sinonimia acarretou equipolência de função?

Desde quando obstinação foi justificativa de erro?Que procedimento é esse de inventar função léxica para uma palavra que está empregada por outra, ou seja, de julgar que o tabelião ao inventar sobrenome para uma criança justifica-lhe a procedência espúria? Passou esta a ser agora a função do professor de português, justificar erros, alardear como regras distrações, dar aos cochilos foros de acerto, inventar funções como se tivesse descoberto verdades?................................

A quem faltar latim,inglês ou outra língua EM QUE AS CONSTRUÇÕES SÃO RESPEITADAS E DEVIDAMENTE ENSINADAS faz bem a leitura de Botelho de Amaral:

' A forma ter que usa-se quando antes de que podemos

subentender algo,coisa, coisas, isto é, o que é um com

-plemento direto, portanto,pronome relativo:

Tenho hoje muito que fazer -isto é,tenho muitas coisas

que fazer.

Ter de - continua o autor citado - emprega-se correta

-mente quando se subentendem palavras como necessi

-dade,precisão,desejo,obrigação antes da partícula de:

'Tenho de partir agora mesmo' , isto é, tenho necessida

-de de partir.Tenho de trabalhar para ti ' , quer dizer,te

-nho obrigação de trabalhar para ti'."

Sejamos rebeldes,deixemos ecoar as palavras de Millor Fernandes: ".......O QUE RESISTIR UM SÉCULO É SÁBIO........"

Gramática Latina,dr.Napoleão:

"Prefácio

1..........................................................................

2 O professor Albanese(Giacomo Albanese,eminente mate

-mático de renome internacional [1]) costumava dizer-

e muitas pessoas são disso prova - ' Deem-me um bom

aluno de latim,que farei dele um grande matemático.'"

- Alguém pode imaginar um médico (um doutor) injetando gasolina na veia de um paciente?

É óbvio que a gramática tem de ser tratada por doutores do mais alto escalão; o exemplo que segue é do dr.Napoleão:

Grego Latim Português

ambrosía ambrósia ambrósia

estrategía estratégia estratégia

Isso pode ser visto aqui no Recanto em:Quem Está Certo:Camões Ou Gonçalves Dias?

" -....Dá-se com ambrósia o mesmo que com estratégia,autópsia,rapsódia.Mesopotámia e com outros substantivos que, PAROXÍTONOS em grego , passam a PROPAROXÍTONOS em latim

e,pois,TAMBÉM EM PORTUGUÊS."

( Grego :ambrosía -paroxítona ; Latim :ambrósia -proparoxítona;

Português:ambrósia - proparoxítona.)

" Quer empregada como nome próprio,quer como nome comum,A PALAVRA - diz-nos o inigualável filológo Gonçalves Viana É PROPAROXÍTONA,ambrósia, ACENTUAÇÃO CORRETAMENTE SEGUIDA PELO VOCABULÁRIO ORTOGRÁFICO DE PORTUGAL(1940).

A edição BRASILEIRA do Caldas Aulete deturpou - nesse e em outros passos - o que se encontrava na segunda edição portuguesa e confirmado na terceira: ' Os melhores lexicólogos mandam pronunciar ambrósia,DANDO COMO ERRÔNEA a pronúncia ambrosía'......"

Conforme a temos no Aurélio e tantos outros, escrita de forma errada." Otoniel Mota, em edição comentada d'Os Lusíadas,é claro: 'Camões acentua ambrósia,PRONÚNCIA CORRETA,DE ACORDO COM O LATIM.'"

O Novo Dicionário Brasileiro Melhoramentos(a mim indicado,como o foi o Aulete, o Cândido de Figueiredo e os outros, pelo dr.Napoleão.)segue corretamente o que se lê no Dic.Latino Português de Francisco Torrinha,pág.49, e no Dicionário de Questões Vernáculas,

dr.Napoleão,pág.21.

Dic. Melhoramentos,pág.275,5a ed.:

"ambrósia,s.f.(gr.ambrosia [ambrosía] pelo latim ambrosia [ambrósia]).1. Mit. Alimento dos deuses no Olimpo,....2.Manjar delicioso. 3.Bot.Gênero de ervas monóicas....4.Planta medicinal...

chá..... ,erva-de-santa-maria.....5.Astr.Astro telescópico......

ambrósio,adj.(de ambrósia) V.mabrosíaco".

Portanto,Camões está certo e Gonçalves Dias,errado:

"Pensas tu, bela Arnarda,que os poetas

Vivem d'ar,de perfumes,d'ambrosia

Que vagando por mares d'harmonia

São melhores que as próprias borboletas?"

(Gonçalves Dias)

Quanto à grafia(v.formulário ortográfico brasileiro,tudo em minúscula,porque é isso que parece querer ser) bem-vindo,isso não passa de mero capricho dos que gostam de nos expor ao ridículo:benvindo Benvindo! Quem não entendeu a saudação feita a uma pessoa,cujo nome é Benvindo? -Seja benvindo ,João, ao Dicionário de Questões Vernáculas do dr.Napoleão.

"Pensas tu, bela Arnarda, que os poetas"

Vivem d'ar,de perfumes, de tefrósia?

Que vagando por mares oh! d' ambrósia

"São melhores que as próprias borboletas?"

(Américo Paz / G.Dias)

Aproveito para registrar isso em trovas:

O latim nos deu ambrósia,

via grego ambrosia,

para sambarmos na ardósia,

temos de oh! no grego ia.

...//...

Não existe ambrosia

no Olimpo de tefrósia.

Camões,mestre e maestria,

acentua o o d'ambrósia.

...//...

Ambrosia da asia

na Língua Portuguesa.

Camões em sua poesia

acentua o o, isto é certeza.

...//...

C'o amigo vou aprendendo

a trovar com maestria,

os dois vamos bendizendo

a dona Sabedoria.

...//....

E qualquer um que investigar descobrirá que, de volta de suas viagens, Platão organizava grupos para estudos de matemática.

Não vou me alongar;sou apenas sardinha,capacitado,porém,para interrogar:Quem introduziu as vogais no alfabeto até então escrito exclusivamente por consoantes,não foram os gregos?

A escrita (em tabuinhas cuneiformes) foi e é uma das mais antigas e complexas ciências que a humanidade utilizou e utiliza para externar suas ideias de forma concreta até hoje via gramática.

A própria filosofia mergulhou nessa área,trazendo junto os estudos mais aprofundados da matemática.Ecos disso ouvimos do prof.de geometria,Giacomo Albanese: "DEEM-ME UM BOM ALUNO DE LATIM,QUE FAREI DELE UM GRANDE MATEMÁTICO."

Aqui no Recanto(em Cartas) publiquei algo sobre a origem do latim. O pedido do prof.Albanese é mais do que compreendido.

Vamos imaginar agora Aurélio e, dentre tantos outros, o dr.Napoleão;estamos os três sentados,em uma mesa estudamos.

Quem o prof.Albanese escolheria para ensinar matemática,se ao invés de alunos ele pudesse escolher um doutor em latim?

-" .... Quando lemos em Camilo ( O Santo da Montanha): 'O senhor de Ansiães TEVE DE ir à sala receber o adeus' -verificamos a correta sintaxe portuguesa.Quando,porém,encontramos aqui ou ali em algum clássico a construção ' ter que fazer ' em vez de ' ter de fazer ', não nos sentimos de forma nenhuma encorajados a reproduzi-la porque nossa sintaxe a repele.

Seguido de de, o verbo ter é auxiliar para indicar obrigatoriedade,como auxiliar é para o caso haver:Você havia de ver a meiguice de minha neta (=você devia ver,você precisava ver)." (Dic.de Questões Vernáculas,um verdadeiro tesouro.Nota:As maiúsculas em destaques no texto servem para o meu próprio aprendizado.O dr.Napoleão não as escreve ressaltando assim.)

-" Estudemos um pouco mais o assunto(diz o professor) e notaremos que não devemos realmente empastelar nem sentido nem função nas frases ' nada tenho de fazer por ele ' e ' nada tenho que fazer por ele.' "

Já " ... em 1572, a obra (Os Lusíadas) está na rua, ganhando, neste mesmo ano, várias edições" , pág.17 ed.Martin Claret.

"Canto Nono,238,38:

Que me HÃO DE venerar e ter...........

Canto Décimo,273,96:

HÁ DE ser Dom Cristovão o seu nome...."

TEM DE ser Dom Cristovão o seu nome - 2+1 tem de ser 3 e não um tanto faz.

O mesmo raciocínio TEMOS DE aplicar quando escrevemos qualquer

coisa, ou não encontramos tal lógica na língua de Cervantes, Sheakespeare,Voltaire,Homero,Platão,Moisés e o mais?

Após 414 anos, podemos ou não afirmar que a distinção entre ter de e ter que mais do que certa é sábia?

Em 1572,século XVI,a obra de Camões já cantava nas ruas:" HÁ DE ser Dom Cristovão o seu nome" - e não: Há "QUE" (tem "QUE"), pois confor

-me nos explicou o professor Napoleão "que" NÃO É AÍ PREPOSIÇÃO.

Quatro SÉCULOS depois da obra de Camões,em 31.7.1986,século XX,no Jornal do Brasil, Millor Fernandes escrevia:

" ....O usuário deve usar a ortografia com total rebeldia.O QUE RESISTIR ALGUNS ANOS É CERTO.O QUE RESISTIR UM SÉCULO É SÁBIO...."

Sou sardinha, confesso, "mihi studendum est gramaticae - Tenho (necessidade,obrigação) de estudar gramática". Mas no mar da comunicação internacional,portanto,no mar das palavras,veículo condutor das ideias, sei distinguir um autêntico "Tubarão."

Na Asa da Erudição o Mestre Vaga

Na asa da erudição o mestre vaga;

Chuta a lua,descabela o horário;

Brinca com amor,surta ao contrário.

Sua sapiência elimina a raíz da praga.

Seu horizonte a gramática alarga;

A ideia escrita voa de que berçário?

Voa,voa nas asas do seu dicionário;

Morte à opressão,a lição vence a saga.

A palavra é vidro,humana lida.

Ó céus,do esterco de Ênio ouve Almeida.

Sangrenta luta,oh!guerra aguerrida!

Doutor Napoleão Mendes de Eneida,

Herói de Troia,o certo é Áida ou Aida?

Cegalla geme e Sacconi peida.

Dic.de Questões Vernáculas.Editora Caminho Suave, 1981

Grmática Metódica da Língua Portuguesa.Editora Saraiva, 1986.

Gramática Latina.Editora Saraiva, 1985.

Américo Paz
Enviado por Américo Paz em 28/10/2010
Reeditado em 19/02/2013
Código do texto: T2584175
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