PÉROLAS ESPECIAIS DO NOSSO JORNALISMO...
Vale transcever, aqui, os divertidos comentários feitos pelo renomado e culto Prof. LUIZ ANTONIO SACCONI acerca das denominadas “Pérolas Especiais do Nosso Jornalismo”. Aliás, para aqueles que realmente apreciam o bom uso do idioma, recomendo a leitura diária de todos os livros e dicionários desse insigne professor.
“Eis algumas passagens inacreditáveis do nosso jornalismo (não ria, por favor, não ria!):
1. Depois de algum tempo, a água corrente foi instalada no cemitério, para a satisfação dos habitantes.
É, de fato, eles deviam estar com muita sede...
2. A nova terapia traz esperanças a todos os que morrem de câncer a cada ano.
Viva a ressurreição!
3. Apesar da meteorologia estar em greve, o tempo esfriou ontem intensamente.
Quem mandou não pagarem os direitos do El Niño...
4. Os sete artistas compõem um trio de talento.
Alguém aí tem uma calculadora, por favor?
5. No corredor do hospital psiquiátrico, os doentes corriam como loucos.
É mesmo?! Que coisa impressionante!!!...
6. Ela contraiu a doença na época em que ainda estava viva.
Que falta de sorte, coitadinha!
7. O aumento do desemprego foi de 0% em novembro.
A continuar assim, onde é que vamos parar?
8. O presidente de honra é um "septuagenário" de 81 anos.
O uso da forma "septuagenário" aqui é de somenos importância...
9. Parece que ela foi morta pelo seu assassino.
Como é que, afinal, conseguiram desvendar o mistério?!
10. A polícia e a justiça são as duas mãos de um mesmo braço.
É, todo o mundo já sabia que algum defeito ali havia...
11. O acidente foi no sempre misterioso Retângulo das Bermudas.
A natureza anda mesmo impossível: começa agora a utilizar-se até dos postulados da trigonometria, para mudar de forma uma região do planeta, de triângulo para retângulo...
12. Quatro hectares de trigo foram queimados. A princípio, trata-se de um incêndio.
Naturalmente, uma churrascada é que não foi...
13. O velho reformado, antes de apertar o pescoço da mulher até a morte, se suicidou.
Ah, se assim não fosse!...
14. À chegada da polícia, o cadáver encontrava-se rigorosamente imóvel.
Que disciplina!...” (LUIZ ANTONIO SACCONI, CORRIJA-SE! de A a Z, Editora Nova Geração, 1ª ed., 2008, pág. 347/348)