Evite Comer Gato Por Lebre.
Disseram-me que você não gosta de poesia.
E até me "perguntaram o que acontecerá com
a poesia no ano 2.000.
É uma pergunta difícil.Se esta pergunta me
assaltasse num beco escuro me levaria
um susto de pai e senhor meu.
Que sei eu do ano 2.000?O que estou seguro
é de que não se celebrará o funeral da poesia
no próximo século.
Em cada época deram por morta a poesia,mas
ela se vem demonstrando vitalícia,ressuscita
com grande intensidade,parece ser eterna.
A poesia acompanhou os agonizantes e estancou
as dores,conduziu às vitórias,acompanhou os solitários,
foi ardente como fogo,ligeira e fresca como a neve,
teve mãos,dedos e punhos,teve brotos como a primavera."
Não fosse isso como iríamos distinguir o sul do norte,se
não tivesse felicidade,se não tivesse o sopro divino de Deus,
se não tivesse amor na alma da poesia.
(Americo Paz/Pablo Neruda)Claro que não nos
conhecemos,mas acho que ficou bom.Agora temos essa parceria.
Penso mesmo em mexer com o negocinho.
Americo Paz
É Bocage na frente
E você atrás.
Veja só que interessante,além de alexandrino sou também um decassílabo:
Voa,Voa,Doze Que É Doze Vira Dez.
Que é,que é,que uma vez contado só dá dez?
Que é,que é,que uma vez contado é dez de pé?
Que é,que é,que duas vezes contado se fez,
Mas contado TRÊS vezes tal dez já não é?
Por que contado duas dá dez outra vez?
Antônio Américo de Oliveira;
Será que eu estou certo,ou talvez....
Contado TRÊS,no mesmo pé,dá doze,né?
Do pé de Itagaí tomo chá de erva crua;
Oh!Flora do céu!Oh!Flor cândida que cheira!
Iâmbico penso ser,chego a pisar na lua!
Vê que sáfico já sou,oh!Não que eu queira;
Voa alexandrino,o decassílabo atua.
Antônio Américo de Oliveira.
Tamanha é a festa que vou perguntar e responder para Bilac:
-Que diferença há para o mundo, se entre o sujeito
e o complemento eu colocar uma vírgula?
-Nenhuma,Verônica,pricipalmente se o sujeito for analfabeto.
Mexer....
Sou Américo Paz,
sem acento,para voar
livre feito vento.
Ouviu?Pode sentir o cheiro?
Camões geme,Bocage peida,
Eu os abraço por trás.
Por fim,quem escapa
De ser enterrado?
Mexer?Só se for com arte:
Lucro à parte, “quando
ferrugenta enxada idosa
sepulcro me cavar em ermo
outeiro,lavra-me este epitáfio
mão piedosa:
‘Aqui dorme Bocage,o putanheiro;....
Comeu,bebeu,fodeu sem ter dinheiro.’”
Ouviu?
Quando os encontrar é melhor ir por trás.
Mexer...só se for com arte.
Américo Paz
encontrando Bilac
é melhor ir atrás
pois ele, “entre as estrelas trêmulas
sobia num decassílabo feito sinfonia.
Enquanto(“ora me direis’’)
o filho de Cruz e Souza
tropeçava no pé quebrado do senhor
Alexandrino “com o mais profundo amor,
arcangelicamente.” Proposital?
-Talvez
-Cassete!Tropecei num soneto de pé quebrado.
-Palavrão Cabeludo,meu filho,tenha modos.Olha
a compostura.
-Compostura?Sei! “Castigat ridendo mores;rindo,
censura os costumes.”
Camões,aquele caolho safado,
Lambia o saco do rei,e exaltava
o vil poder dos cães,os quais com seus barões tarados
benziam nossos enrugadinhos,e nos entregava a Bocage.
Este era tão putanheiro que já nos recebia pelado.
O folgazão rostia o França,mas não tirava os olhos
da nossa poupança.Sua intenção não era foder
nosso cofrinho?
Depois da descontração,mede-se o coração.Em minhas investidas,além de outras coisas,li isso sobre o alexandrino:
1- “Ao término do primeiro hemistíquio,com palavra PAROXITONA terminada
em VOGAL,é necessário que a próxima palavra comece com uma VOGAL
átona ou CONSOANTE muda para haver a elisão.”
Sou mero aprendiz,por isso pergunto:É errado ligar a sexta terminando em consoante quando a sétima começar com outra consoante?
Então:Olavo Brás Mar(tiNS) (Dos) Guimarães Bilac é ou não um alexandrino?
Será que alguém poderia me informar uma fonte confiável para compor
alexandrinos?
Ofereço-lhes isso como parte antecipada da minha gratidão.No livro: “Verônica
Decide Morrer”,de Paulo Coelho,coberta de holofotes,precisava nos matar de vergonha,Verônica?
Há somente duas justificativas para se colocar vírgula entre o complemento e o sujeito:
- A primeira:distração(estamos sujeitos).
- A segunda:ignorância.( “O ignorante não duvida por que desconhece que ignora.”)Dr. Napoleão Mendes de Almeida.
Em sua Gramática Latina,Lição 2,Questionário,letra f,temos:
“...(Não se esqueça o aluno de que a existência ou não de vírgulas indica a existência ou não de vocativo.)”
E na letra g: “Pedrinho não vai ao cinema,Maria?”
Quem não vai?
Resposta:Pedrinho.
Sujeito:Pedrinho.
E Maria é vocativo,seja em português ou seja em latim.Podendo ainda ser assim escrito:
Maria,Pedrinho não vai ao cinema?
Pedrinho,Maria,não vai ao cinema?
Ó Maria,Pedrinho não vai ao cinema?
Pedrinho não vai ao cinema,Maria?
Ei-lo,entre outros,em Horácio:
“ O navis,novi fluctus referent te in maré.(Ó nau,novas vagas outra vez te arrastarão ao mar) –Figurando a república romana uma nau,Horácio a ela se dirige,em alegoria muito engenhosa,coerente e delicada,para aconselhá-la a não expor-se à tempestade de nova guerra civil...” Gramática Latina,pág.457 –dr.Napoleão.
De maneira que,uma vez explicado e compreendido por todos,se o próprio fundador da Academia Brasileira de Letras nos perguntasse,via dr. Bacamarte,ou através de qualquer outro de seus personagens:
- “Que diferença faz para o mundo,se eu colocar uma vírgula entre o sujeito e o complemento?”
Outra não seria a resposta: -Não sendo distração,certamente é ignorância.
As cores dos semáfaros não são mundialmente lidas,entendidas e representadas?
As colunas dos alexandrinos,dos decassílabos não estão fundamentadas e protegidas?
Se conhecimento nos falta para as respostas,o mesmo não deveria ocorrer quando formulamos as perguntas.
Assim aprendemos e ensinamos que o sujeito de uma oração vai em latim para o caso nominativo,e em nenhuma hipótese,seja em português ou em latim,traz entre ele e o complemento a tal vírgula,Verônica.
“ Facile est opprimere innocentem(=Fácil é oprimir o inocente).”
Podemos observar que Fedro não diz – “Facile,est,opprimere,innocentem =Fácil,é,oprimir,o inocente.” Isso por que entre o sujeito e o complemento NUNCA se coloca vírgula.
Já o vocativo português vai em latim para o vocativo:Este sim trará sempre o sinal o qual chamamos de elefante? –Não!(,)vírgula.Podendo vir no começo,no meio ou no fim da oração.
“O navis,novi fluctus referent te in more(=Ó nau,novas vagas outra vez te arrastarão ao mar.)”E se Horácio tivesse escrito: “Navis,novi fluctus referent te in maré.”
Saberíamos(trata-se de um vocativo)graças ao bom Deus,que nos permitiu conhecer e aprender um pouquinho com as abençoadas lições do professor,dr. Napoleão Mendes de Almeida.
Sonho um dia estudar e concluir seu curso de latim.Será que algum órgão oficial me financiaria?
(...)Enquanto isso:Lição 2 – Vocativo “....Observe o aluno que o vocativo vem sempre acompanhado de vírgulas;quando o vocativo inicia a oração,há uma vírgula depois;quando vem no meio,o vocativo se põe entre vírgulas;quando no fim da oração,põe-se uma vírgula antes.
Essa pontuação é sempre observada,TANTO EM PORTUGUÊS QUANTO EM LATIM,de maneira que a própria pontuação indica ao aluno o vocativo.”
Entendeu Verônica? Veja:
-Joaquim Maria,não vai ao cinema hoje?
-Joaquim Maria não vai ao cinema hoje?
-Joaquim,Maria,não vai ao cinema hoje?
Na primeira oração Joaquim Maria é vocativo,tendo aí a vírgula a nos informar. No latim irá para o caso vocativo e terminará de uma maneira.
Sendo nominativo em latim terminará de outra e não trará vírgula:Em português o sujeito(caso nominativo latino)será: “Joaquim Maria” não vai ao cinema hoje.(SEM VÍRGULA).
Na terceira (Joaquim,Maria,não vai ao cinema hoje?)Joaquim continua sendo sujeito:Quem não vai ao cinema? – E Maria é vocativo.
- Joaquim Maria,Maria,não vai ao cinema hoje? – Quem não vai ao cinema hoje? – Joaquim Maria(sujeito;caso nominativo latino).
E Maria(entre vírgulas)é vocativo(caso vocativo latino). – “Hoje” é adjunto adverbial de tempo e vai em latim para o caso ablativo.
Continua o saudoso e querido professor: “O vocativo,em português,ora vem constituído somente da palavra,ora vem acompanhado da interjeição ó ....”
-Recurso esse que observamos também no latim;(Horácio): “O navis...”(Ó nau...;em português com acento.Em latim palavra nenhuma tem acento.)
Logo a diferença está aí,onde a falta de conhecimento predomina,a ignorância impera.
Não se estuda gramática profunda na língua de Cervantes,Shakespeare e tantos outros? E aí não se estuda o latim?
Ao expurgar o latim o Brasil nos empobreceu a todos.REDUZIRAM-NOS A FARRAPOS NUMA GUERRA DE CANUDOS.
Escrever,pensar com o nível de gramática oferecido hoje é o mesmo que tirar água da rocha sem unha.
O latim é matéria disciplinadora,força o espírito a se concentrar, e nos dá asas fortalecidas para vôos maiores.
De maneira que,se o próprio dr. Bacamarte,autoridade máxima da Casa de Orates em Itagaí,nos ensinasse:
-“Precisam-se empregados” – “empregados”(canjicas)é objeto direto,caso acusativo latino,estaria certo ou errado?
- Dicionário de Verbos e Regimes,pág.471,de Francisco Fernades.(Obra vencedora do primeiro prêmio ‘Francisco Alves’ da Academia Brasileira de Letras 1942 – 34ª edição).
“ – Precisar....// - Significando ter precisão ou necessidade,ensinam alguns gramáticos que só se deve dar a este verbo complemento indireto,regido de preposição de,tachando de errônea a construção com objeto direto: ‘Preciso dinheiro’ – ‘ Precisam-se empregados .’”
- Tanto estão errados os gramáticos que ensinam isso,quanto errado está Francisco Fernandes e todos os revisores de sua Obra.
Vejamos:
“Preciso de dinheiro” – (Eu)preciso de quê? – De dinheiro = objeto indireto em português;caso dativo em latim.
“Preciso dinheiro” – (Eu)preciso o quê? –Dinheiro = objeto direto em português;caso acusativo em latim.
“UMA VEZ TRANSITIVO DIRETO (‘como fez Castilho:...sem precisar doutor nem feiticeira)PODE PERFEITAMENTE APASSIVAR-SE O VERBO PRECISAR’”(Dic.de Questões Vernáculas,pág.243 – dr.Napoleão).
- Portanto,o verbo precisar(bem como o v.necessitar)uma vez transitivo direto pode CORRETAMENTE ser apassivado: “Precisa-se dinheiro”;o que na voz ativa equivale a: “dinheiro É precisado”: - Que é precisado? – “Dinheiro”(objeto direto? – NÃO!),SUJEITO PASSIVO.(Caso nominativo e não acusativo latino). “Precisado” é aí PREDICATIVO,pois os verbos de ligação:ser,estar,permanecer etc exigem por complemento um ou mais PREDICATIVO,mas NUNCA um único obejto.
- João permanece FEBRIL(indica um estado do sujeito;João permanece o quê? – Febril –PREICATIVO jamais obejto).
- “Precisam-se EMPREGADOS” – “empregados” é sujeito passivo(caso NOMINATIVO em latim),pois não pratica,mas sofre a ação,o que na voz ativa equivale a: “EMPREGADOS SÃO PRECISADOS” – que são precisados?- “EMPREGADOS” – SUJEITO ativo da oração,o qual passivo será: “Precisam-SE EMPREGADOS”.Entre outros....Dic.de Questões Vernáculas,pág.243 – dr. Napoleão.... “Estranhável e ERRADA é a construção “precisAM-SE DE OPERÁRIOS”.Ou se diz “PRECISAM-SE OPERÁRIOS” apassivando-se pessoalmente o verbo,ou “preciSA-SE DE operários”,impessoalizando-se a construção.
Seria também erro dizer,à italiana, ‘precisa operários’,como é errado dizer ‘precisa limpar os vidros’.Bisognare traduz-se ou por precisar-se(e não simplesmente precisar)ou por ‘tornar-se necessário’, ‘dever-se’, ‘ser mister’:bisogna domandare = é necessário,é preciso,é mister perguntar,torna-se necessário perguntar,cabe perguntar,deve-se perguntar(nunca ‘precisa perguntar’).
De maneira análoga devemos proceder com o verbo necessitar: necessitar algo,necessitar de algo....’”
Sou mero aprendiz,um desqualificado,é verdade;mas tal é o nosso brado heróico,a nível internacional,que na ilustríssima Obra de Caldas Aulete,substituto de Morais,temos aí tremulando ao lado de Camões,Vieira,Herculano,Garret...,nossos “Peles”:Gonçalves Dias,Rui Barbosa,Machado de Assis,Euclides da Cunha......
Não basta títulos ilustres quando não somos,haja vista que o próprio fundador desta conceituada casa,Joaquim(“Pelé”)Maria Machado de Assis,tendo grande apreço e zelo pelas leis regentes da arte em geral,maior zelo e não menor apreço tinha pelo nosso já tão desprezado e escarrado vernáculo.
A língua oficial do Brasil é a portuguesa,não reconhecer isso é o mesmo que se iludir com o grito de nossa independência dado pelo próprio filho do dominador.Ou se iludir com a historinha de que uma mulher NAQUELA época tinha algum “poder”,sendo ou não princesa.Manobra política pura.Em palavras claras:É história para boi dormir.
Não temos uma “língua brasileira”,temos a portuguesa,podendo ter e instituir a chinesa ou.............
Mas seja qual for é preciso que não impere a ignorância,como entre outras,esta em castelhano:a ojoS vistO;a ojOS vistAS....
“Examinemos outro dicionário,o Contemporâneo,copiosíssimo em fraseologia,e não escasso em abonações.Diz-nos ele: ‘ A olhos vistos (loc.adv.),à evidência,patentemente;de modos que todos vêem:Ficava-lhe molesto o peito,e a olhos vistos ia demudando(Fil.Elísio) – Este é o modo mais usual de escrever esta locução;mas alguns julgam melhor concordar o particípio visto com o nome a que ele se refere,o que todavia parece menos conforme com a índole da língua:Ao mesmo tempo que as minhas forças medravam a olhOS vistAS....(Castilho).Prosperou a olhOS vistO o comércio de João Evangelista(Castilho)....”’
Eis o nosso dr.( “Pelé”) Napoleão Mendes de Almeida tremulando ao lado de Cervantes,....e do afamado hispanista Rufino José Cuervo,diz o douto filólogo: “Originariamente hulo de decire ‘um DISPARATE a ojos vistO,una cosa a ojos vistA’”.
Cervantes,Dom Quijote,Parte II,Cap.22: “...y ver á ojos vistos (=A OLHOS VISTOS) si eran verdaderas las maravilhas....’(O texto do Dom Quijote de la mancha vai aqui citado pela edição de Barcelona,fac-símile da de 1615).”
Doutor(“Pelé”)Napoleão: “... como no vascongo não há distinção de gêneros gramaticais,os vascongados,a quem falta disciplina gramatical do castelhano a miúdo COMETEM ESSE ERRO, guiados pelo seu idioma vernáculo,ao qual estão muito mais habituados.....”Dic.de Questões Vernáculas,páginas 3 e 4 –A OLHOS VISTOS.
- O artifício de que se vale o poeta,o escritor,o cantor, o cientista, o piloto de avião,o médico...,o faxineiro,o engraxate...,o jogador(sendo ou não o Pelé)não são as palavras?
O Francês,o Italiano,o Espanhol(ou Castelhano);o Romeno;o Galego(da Galiza),o Dálmata(da Dalmácia);o Provençal(Provença),o Sardo(da Sardenha)todos,incluindo o português,são frutos de uma mesma árvore,cuja raiz não morre:o Latim.
“...(Time,28 de agosto de 1972) ‘ Daimon omnia vincit,olin erat magister lingae Latinae....’” E por aí vai....Uma página inteira.Dic.de Questões Vernáculas,p.170 – dr.Napoleão.
( “Ora direis”)Talvez tudo seja um jogo....
-É...,talvez........Vejamos Horácio dando as cartas: “Ad Rempublicam.......Compõe-se cada estrofe desta ode dos seguites versos:os dois primeiros são asclepiadeus,constantes de 4 pés e uma cesura no meio,a saber:1º pé,espondeu;2º dátilo;uma longa seguida da cesura;os dois últimos dátilos ...”Doutor Napoleão Mendes de Almeida,prof. de Grego,Latim e Português.Como pagá-lo?-Gratidão recheada de tanto conhecimento e sabedoria assim não se paga nunca.
Tudo pode ser um jogo,porém quanto mais observada e estudada for a folha,mais o chá do jogador se apura.
Daí o meu apelo:Será que alguém pode me fornecer uma fonte confiável de como elaborar alexandrinos,uma vez que a arte já me falta.Obrigado.