Culpa do Cartório
A passeio, em visita à família e amigos de infância, volto ao meu interior e encontro um dos trabalhadores do meu irmão com um caderno na mão, dizendo-se muito satisfeito por estar sendo alfabetizado pelo Mobral. Diante do seu entusiasmo, pergunto-lhe se já sabe assinar o nome. Ele, prontamente escreve no caderno: ALONÇO. Isto mesmo, com “Ç”.
Digo-lhe, então, que ao menos o seu próprio nome ele deveria escrever de forma correta. De imediato, ele responde: “eu sei que deveria ser com “S”, mas no meu registro está assim. Foi culpa do Cartório.”
Tempos depois, estava eu fazendo um curso em Recife e vejo no crachá do colega o nome UELITO. Parabenizei-lhe pelo aportuguesamento do nome, dizendo ser a primeira vez que via esse nome genuinamente brasileiro. Ele, então, respondeu que a intenção de seu pai era que fosse Wellington, mas a moça do cartório assim o escreveu, por desconhecer a forma original. Diferente do Alonço, o Uelito veio para melhor, segundo o portador do nome. Dizia-se satisfeito com o abrasileiramento, graças ao cartório.