O APOSTO: ACESSÓRIO DA ORAÇÃO
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Aposto é o termo da oração que se junta a um substantivo ou a um pronome, para explicá-los, esclarecê-los, resumi-los ou identificá-los. O aposto também pode juntar-se a uma oração, esclarecendo-lhe o sentido.
Entre o aposto e o termo a que se refere, há quase sempre uma pausa, marcada na escrita pela vírgula ou, em casos especiais, por dois pontos, travessão ou parênteses.
"Pode o aposto prender-se ao termo a que se refere pela preposição [de]: A serra da Mantiqueira... Repare-se em que nesta construção, os dois termos (serra e Mantiqueira) se identificam, pois que ambos designam o mesmo ser. Não se confunda, portanto, com estruturas do tipo de A neblina da Mantiqueira, A população da Mantiqueira, etc., em que da Mantiqueira tem valor de adjetivo, funcionando como adj. Adnominal."¹:
● Os sonetos de Camões (camonianos = adjetivo) falam de amor.
Exemplos de Apostos:
● Uma coisa incomodava vovô: o barulho de crianças.
● Pedro, meu irmão, foi eleito deputado.
● Voltei a minha antiga casa, palco de tantas esperanças.
● Via-se na praia muita gente: crianças, turistas, camelôs.
● Ele agora estudava com afinco, prova de que mudará de vida.
● Uma coisa lhe prometo: tudo será esclarecido.
● Seus olhos, duas bolas de fogo, impressionavam-me.
Mas Atenção: Às vezes não existe nenhuma pontuação entre o aposto.
● O Edifício do Congresso fica na praça dos três poderes.
● O padre Anchieta foi o primeiro professor do Brasil.
O aposto pode ser representado por um substantivo, um pronome ou uma oração: Parafusos, clipes, botões, tudo (pron.) ele guardava.
● As cidades, os campos, os vales, os montes, tudo era mar.
● A jovem, que era recém-chegada (oração), cumprimentou-me.
● Os alunos estavam reunidos no pátio, o que facilitou a chamada.
Classificação do Aposto – O aposto pode ser empregado:
Para Explicar ou identificar:
● Cruz e Souza, gênio do simbolismo, escreveu Broquéis.
● O dono do bar, um velhote desdentado, desacatou o rapaz.
● Os alunos, satisfeitos, liam na biblioteca.
● Dom Pedro I, imperador do Brasil, foi também rei de Portugal.
Para Enumerar. Neste caso, pode aparecer depois de dois pontos; vir precedido das expressões a saber, por exemplo, isto é; ou ser representado por pronomes indefinidos, como tudo, nada, algo ninguém, alguém, quem?: Eu quero: arroz, feijão, carne e salada.
● As cidades, os campos, os vales, os montes, tudo era mar.
● Duas coisas nos convêm, a saber: força e honra.
● Eis três mulheres bíblicas: Sara, Rebeca e Lia.
● Filhos, netos, bisnetos, quem o socorrerá na velhice?
● Via-se na praia muita gente: crianças, turistas, camelôs.
Para a Individualização do ser dentro do seu gênero. Nesse tipo de aposto não se usa vírgula e ele pode ou não vir preposicionado:
● O poeta Cruz e Souza escreveu Broquéis.
● O escritor Machado de Assis escreveu o romance Dom Casmurro.
● O padre Anchieta foi o primeiro professor do Brasil.
● O poeta Camões notabilizou-se na literatura mundial.
● Meu amigo Lucas é um cara legal.
● O Edifício do Congresso fica na praça dos três poderes. ®Sérgio.
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1 – ROCHA LIMA, Carlos Henrique da, Gramática Normativa da Língua Portuguesa; 25 ed., Rio de Janeiro: José Olympio, 1985, p.226.
Para saber mais sobre o assunto ver: CEGALLA, Domingos Paschoal, Novíssima Gramática da Língua Portuguesa; Editora Nacional, 2005. / LUFT, Celso Pedro. Gramática Resumida. Porto Alegre: Globo, 1976.
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