CHEGAR, IR, DIRIGIR-SE...

Verbos como CHEGAR, IR, DIRIGIR-SE, considerados verbos cinemáticos, ou seja, que designam movimento, exigem a preposição [A]. São verbos, normalmente, intransitivos [verbos que, por sua significação ou de alguma de suas acepções, não aceitam complemento verbal] regendo a preposição [A] e não [EM] quando indicam lugar. Aparentemente eles têm complemento, já que, por exemplo, quem vai, vai a algum lugar e quem chega, chega a algum lugar ou de algum lugar. Entretanto, essa indicação de lugar é mera circunstância (adjunto adverbial de lugar), e não complementação verbal.

Os verbos [CHEGAR e IR] exigem a preposição [A], na indicação de destino, e [DE], na indicação de procedência. Quando houver a necessidade da preposição [A], seguida de um substantivo feminino (que exija o artigo a), ocorrerá o fenômeno da crase (vou à Bahia, iremos à Argentina, dirigimo-nos à Bélgica).

Exemplos:

“Chegando [à] rua, o médico estava completamente namorado.” (Machado de Assis, C. Fluminenses, 107).

“Chegando [a] Portugal, D. Miguela da Silva foi, na verdade, eleito bispo de Viseu.” (Herculano, H. Inquisição, II, 335).

Filisbina foi [ao] enterro do belo e atraente Tibúrcio.

Ludêncio, Craquilda e Hermenegildo se dirigiram também [ao] cemitério para o enterro de Tibúrcio.

David Fares
Enviado por David Fares em 12/06/2010
Reeditado em 12/06/2010
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