O ACENTO CIRCUNFLEXO E A REFORMA ORTOGRÁFICA
O acento, na língua "adotada" pelo Brasil, tem duas funções: uma delas é imprimir tonicidade à sílaba; a outra é indicar o modo de pronunciar a vogal. O acento agudo indica som aberto. Assim, a palavra CÔVADO tem a sílaba tônica CÔ, que também é pronunciada com o Ô (fechado), como acontece nas duas ocorrências de "O" em PROFESSOR.
A palavra TÊXTIL tem acento circunflexo por duas razões. A principal é que se trata de paroxítona terminada em L. A outra razão é atribuir o som fechado da vogal "E", que é pronunciado como o segundo "E" da palavra VENCER.
Quando a sílaba não é tônica, o acento não aparece na palavra escrita, mas somente na falada.
Há uma circunstância em que o acento gráfico (agudo) é trocado pelo circunflexo simplesmente porque a vogal é nasal. A palavra LÂMPADA, por exemplo, tem acento em LÂM, por ser proparoxítona, mas o som não é fechado, e, sim, nasalado.
No português escrito no Brasil até o final de 2008, éramos obrigados a grafar LÂMPADA, ANTÔNIO, TÂNIA, TÂMARA, com acento circunflexo em situação em que a pronúncia não é fechada. No entanto, a partir de janeiro de 2009, com a Reforma Ortográfica, os brasileiros passaram a ter o direito de grafar as referidas palavras do jeito que acharem mais bonitas: com acento agudo ou circunflexo.
Por essa razão, o nome que adotei no Recanto das Letras foi ANTÓNIO em vez de ANTÔNIO. É que acho mais bonito e mais coerente com a escrita de Portugal. Além do mais, presto homenagem aos irmãos do país europeu que nos deu de herança um presente que o nosso povo soube transformar naquele que considero o mais rico, o mais bonito e o mais complexo do mundo.