A história da história e da estória!
Caramba!
Cometo erros homéricos no uso de nossa língua pátria desde há muito ...
E, na maioria das vezes, por culpa única e exclusiva da base que ‘solidifiquei’ em minha vida estudantil com ensinamentos ‘pobres’ de professores ‘sem culpa’, despreparados, mal remunerados, sem subsídios para um melhor aprimoramento ...
Como último ‘tombo’ em minha utilização de nossa língua, ao ser argüido pelo meu atual MESTRE, Doutor em nossa língua, sobre qual a diferença existente entre HISTÓRIA e ESTÓRIA, enchi o peito e dei uma explicação que, com muita convicção guardava comigo desde os tempos do meu curso ginasial, passando pelo antigo científico e até pelo meu curso superior de licenciatura em Matemática: “Usamos Estória, MESTRE, quando nos reportamos a relatos inexistentes, frutos de nossa imaginação, fábulas, contos infantis, lendas, etc. Por outro lado, usamos História para fatos reais ocorrido, tais como o descobrimento do Brasil, o descobrimento da América, o governo de Getúlio Vargas no Brasil, a trajetória do Presidente Kennedy nos Estados Unidos, etc.”.
O MESTRE, olhando-nos (não só para minha pessoa como também para todos os outros elementos componentes de minha turma ...) disse: “Pois bem! Estória não existe em nossa língua! Em realidade e infelizmente, pessoal, a grande maioria das pessoas responderia minha pergunta como vocês responderam ... Vejam bem, nossa língua permite com que grandes escritores, poetas, pensadores ... utilizem expressões e palavras ‘inventadas’ em prol de um ‘engrandecimento’ de sua obra. Um dos maiores escritores do Brasil, GUIMARÃES ROSA, permitiu-se na era do MODERNISMO, incluir em uma de suas obras a palavra ESTÓRIA, inexistente na língua portuguesa (intitulou uma sua obra como ‘Primeiras estórias’) . Daí, para que esta palavra passasse a ser utilizada como existente oficialmente em nossa língua foi ‘um pulo’.
Se pesquisarmos em um dos dicionários da língua portuguesa de maior credibilidade no nosso país, o dicionário AURÉLIO, poderemos constatar que em sua edição resumida (o dicionário ‘pequeno’ ...) não existe menção a esta palavra ESTÓRIA. Já, na edição completa, existe menção de ESTÓRIA, com uma vide HISTÓRIA. E HISTÓRIA ‘contempla’ tanto os fatos inexistentes, frutos de nossa imaginação, etc. quanto os fatos reais ocorridos, tais como histórias de civilizações, de guerras, de governos, etc.
Portanto, somente se houver uma mudança radical em nossa gramática e introduzirem ESTÓRIA com palavra oficial de nossa língua voltarei a utilizá-la, senão, somente utilizarei em meu relatos, sejam eles fictícios ou verdadeiros, a palavra oficial da língua portuguesa HISTÓRIA.
E, ‘de quebra’, também estarei policiando-me no uso correto de nossa língua em mais alguns senões que cometo, dentre os quais: Uso da preposição DE após o verbo TER (nunca mais usarei QUE ...); Uso de preposição ‘solitária’ antes de um verbo (por exemplo, nunca mais direi ‘TE AMO!’ para minha esposa ... SEMPRE direi ‘AMO-TE! ou EU TE AMO!’), Uso do PORQUE, POR QUE, PORQUÊ ou POR QUÊ; Uso do ONDE/AONDE; Uso do SENÃO/SE NÃO; Uso de A PAR/AO PAR; Uso de A/HÁ e, dos ‘famigerados’ A NIVEL DE/À NÍVEL DE e MESMO, como por exemplo na frase: “João sentou-se rapidamente, pois o MESMO encontrava-se muito cansado ...” !
Senão, ..., nossos Doutores gramáticos de plantão poderão ter um homérico ‘chilique’ ... Risos fartos finais ...