O não-emprego do hífen após o prefixo "super" seguido de vogal DEVERÁ CRIAR UMA EXCEÇÃO
Veja por quê...
Pela nova Reforma Ortográfica, somente usa-
remos hífen depois do prefixo "super" (ou "inter") se a palavra que vier
depois desse (s) prefixo (s) começar por "r" ou "h".
Exs.: super-relação, super-humano.
Assim sendo, se a palavra que vier depois
desse (s) prefixo (s) começar por vogal, NÃO SE USARÁ O HÍFEN.
Neste caso, deveremos grafar :
superanimado, superesperto, etc.
Mas, repare o que ocorre com esse par de
palavras :
SUPERAÇÃO e SUPER-AÇÃO
Pela nova reforma, a segunda forma (super-
ação) ESTARIA incorreta. Dizemos "estaria" porque achamos que es-
te termo especificamente deve entrar para a relação das "exceções"
à regra, visto que há DIFERENÇA SEMÂNTICA E X P R E S S I V A
nas duas formas .
Observe...
'SUPERAÇÃO" - SEM HÍFEN - é o substan-
tivo que indica o ato de superar, de se sobrepor a algo. Como esse substantivo é derivado do verbo SUPERar, "SUPER", neste caso, é o RADICAL do verbo SUPERAR .
Assim, teríamos :
"A SUPERação da doença foi um processo doloroso" ("superação" = substantivo derivado do verbo SUPERar, QUE SIGNI-
FICA "TER CONSEGUIDO LIVRAR-SE DE DETERMINADA DOENÇA").
Em "SUPER-AÇÃO" (que, oficialmente, não existe), "super" é o prefixo que indica algo maior que o normal (como, por exemplo, em SUPERmercado, que se entende ser um mercado de dimensões maiores que um mercado normal) + a palavra AÇÃO (subs-
tantivo que significa "o ato de agir")
Ex.: A polícia desencadeou uma SUPER-
AÇÃO contra o crime organizado.
(Neste contexto, "super-ação" indica uma
"ação de grandes proporções" e não o ato de superar ou de se so-
brepor a algo).
(Ficou claro ao amigo leitor?)
Com a palavra os dicionaristas e gramáti-
cos.
(Cá entre nós : essa nossa língua está
a cada instante nos colocando em saia justa...)