Nossa língua goela abaixo
Quero comer-te todo o léxico; comer-te a poesia, comer-te a prosa; mastigar teus verbos, tempos, modos e formas que vêm e vão; lamber cada fonema a exalar-te dos poros; engolir cada período cuspido de tua boca; chupar-te a semântica dos desejos, sorver-te as metáforas, preencher-te as elipses... Quero eufemizar tuas hipérboles ao cabernet sauvignon e bebê-las, com Schumann ao fundo, sinestesicamente falando. E no auge da incoesão e da incoerência, vomitar-te aos pedaços, às pastas, aos fluidos, embalar-te e enviar-te a Bechara, em carta-bomba.