O uso dos porquês
Alguns queridos amigos que, como todo mundo que não vive da palavra escrita ou do ensino ou aprendizado das letras, andam necessitados de uma reciclagem ou refresco pra memória, encomendaram uma breve explicação sobre o uso dos vários porquês (não confundir com a língua do porco!).
Como já existem tópicos bastante bons sobre este assunto pela rede afora, resolvi apenas copiar e colar aqui um dos que considerei como melhores, porque mais diretos e simples.
Diário de jornalista
Uso dos porquês – Para nunca mais esquecer
Junho 14, 2007
Por mais que se saiba usá-los, uma revisão sempre é bom:
* Por que
Em frases interrogativas.
- Por que você me deixou esperando todo esse tempo?
- Por que você não se habitua a ler jornais?
Em frases afirmativas, desde que no seu emprego esteja subentendida a idéia de motivo, causa, razão, pelo qual, para que.
- Não sei por que esse aluno é tão rebelde.
- O deputado explicou por que precisa de mais tempo para apresentar seu relatório.
- Era o apelido por que (pelo qual) era conhecido;
- O assessor estava ansioso por que começasse a votação.
* Porque
Quando a pergunta é acompanhada de uma hipótese de resposta.
- Você não veio votar porque é contrário ao projeto?
- Essa medida provisória merece prosseguimento na tramitação porque é urgente?
Quando uma locução introduz uma explicação, um motivo.
- O deputado disse que votou contra o projeto porque o considerou lesivo aos interesses do país.
* Por quê
Quando colocado no final da frase ou antes de pausa, tiver o sentido de motivo, razão pela qual.
- O cantor estava inquieto, sem saber por quê.
- Advertido pelo presidente da Mesa, o deputado quis saber por quê.
- Ninguém lhe dava atenção. Por quê?
* Porquê
Quando não há apenas o sentido, mas é usado em lugar de um desses substantivos (ou seja, é substantivado): motivo, causa, pergunta, e forma, com a preposição por, uma só palavra.
- Não entendo o porquê da sua revolta.
- A mãe deixou de fazer o almoço e não explicou o porquê.
- Há muitos porquês para a queda do edifício.
Fonte: Manual de Redação da Câmara dos Deputados (2004).
(Como veem, alguma coisa útil pode vir de lá. Pena que nos custe tão caro...)