Os discursos direto e indireto na escola
Mais do que ensinar a diferença entre os discursos direto e indireto na escola, dizendo que, em um, a fala é a exata e, em outro, ela é modificada, o professor pode desenvolver uma prática com fins maiores. Afirmo isso, pois já a estou aplicando pela segunda vez.
A prática contém alguns passos. De início, aos alunos, deve ser oferecida a distinção entre norma culta e linguagem coloquial, quando se usa uma e outra.
Após isso, deve-se trabalhar o que é o gênero textual 'notícia', focar principalmente no uso da impessoalidade, evitando 'eu' e 'nós'. Deve-se falar em neutralidade.
Em seguida, é a hora dos verbos ilocutórios, tanto os neutros (como dizer, contar, falar, etc.) como os que não são de fala (criticar, indignar-se, etc.).
Aí, sim, é momento de se abordar os discursos direto e indireto, não se esquecendo da modalização em discurso segundo, ou seja, dos grupos preposicionais 'conforme x, segundo y, de acordo com z'.
Como culminância, aos alunos, deve ser pedida uma produção textual, obviamente, uma notícia. Para fazê-la, eles devem selecionar temas em sala (supervisionados pelo professor). Escolhidos estes, devem partir para entrevistas com pessoas relacionadas a cada tema. Depois, redigem a notícia, ilustram-na com uma foto, e o professor pode fazer um informativo (com auxílio de programas como Publisher ou Page Maker) a circular na escola.
Com tal prática, espera-se que haja motivação por parte dos discentes (o que é difícil atualmente) e, também, que a gramática deixe de ser o foco das aulas de Português para se transformar num meio para um fim comunicativo.