EMPREGO DOS OBLÍQUOS CONTRAÍDOS
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1. A preposição [com] exige que empreguemos as formas comigo, contigo, conosco, convosco e consigo, em vez de "com mim", "com ti", "com nós", etc. Tais pronomes oblíquos contraídos, frequentemente exercem a função de adjunto adverbial de companhia:
- Ele deixou a decisão conosco.
- As crianças vieram conosco, mas voltarão convosco.
- Espera que ele já vem falar contigo.
- Ele carregava este nome consigo.
2. Se estes os pronomes virem seguidos das palavras: mesmos, próprios, outros, todos ou um número, usa-se "com nós e com vós", e não convosco e conosco: A moça queria falar com nós mesmos.
- Disse que se entendeu com vós próprios.
- Com nós outros é que ele não conte.
- Já convivemos com vós todos.
- Eles vão sair com nós quatro.
3. O pronome "contigo" só deve ser usado quando tratamos as pessoas em 2ª pessoa (= tu, te, ti, teu, tua...):
- Cala a tua boca. Ele vai sair contigo.
- Ele te disse isso, porque deseja viajar contigo.
4. Tenha sempre em vista o caráter reflexivo do pronome "consigo" para evitar erros desagradáveis. Consigo significa "com si mesmo" e, por isso, deve ser empregado somente em frases reflexivas, ou seja, frases em que a pessoa do sujeito pratica e ao mesmo tempo recebe a ação verbal. A exigência da língua culta é esta: havendo reflexibilidade, o consigo está certo; não havendo deve ser rejeitado. Portanto, é condenável o emprego de [consigo] como equivalente a com você, com o senhor. Não escreva, pois: Quero falar consigo (com você).
- Ele ira entender-se consigo. / Vou consigo.
• O emprego de consigo será legítimo em construções como estas:
- Ele trouxe as mercadorias consigo (= com si mesmo).
- Ele fala consigo (com si) mesmo.
- Os homens carregam consigo as suas penas.
5. Com a gente é característico da linguagem coloquial. Não devemos usar em textos formais: Ele deixou a decisão com a gente.
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Informações foram retiradas e adaptadas ao texto de: Cegalla, Domingos Paschoal, Novíssima Gramática da Língua Portuguesa; Editora Nacional, 2005.
Prof. Sérgio Nogueira, O Português do Dia a dia – Rio de Janeiro: Rocco, 2004.
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