A SEMENTE DO ACORDO ORTOGRÁFICO FOI PLANTADA NO RIO GRANDE

A semente do Acordo Ortográfico foi plantada no Rio Grande do Sul há mais de trinta anos. O professor Francisco Dequi, em suas obras, vinha alertando que o acento no primeiro O do encontro OO é desnecessário. Afirmava também que o circunflexo na terminação EEM era inconveniente, dizia Dequi que se tratava de um diacrítico sem sentido.

Os gramáticos tradicionais não deram atenção ao pesquisador gaúcho. Passou o tempo, mas os países lusófonos, com a Reforma Ortográfica, referendaram a tese defendida pelo professor Dequi. A propósito da queda do acento no primeiro O de OO, convém guardarmos na memória que existe a palavra HERÔON (túmulo majestoso construído em homenagem a um herói)...

O acento permanece pelo fato de a palavra estar incluída na regra das paroxítonas terminadas em N. Outro pormenor que requer a nossa atenção é o relacionado com a queda do acento nos ditongos "ei, eu,oi". A rigor, com tais ditongos, o sinal diacrítico permanece nas palavras oxítonas e nos monossílabos: troféu, herói, pastéis, fiéis, céu, chapéu, sóis (plural de sol).

Mas, atenção, muita atenção: se as palavras forem paroxítonas terminadas em R, o encontro vocálico continua com o acento: destróier, gêiser, blêizer, contêiner.

Alerta aos estudantes de Direito: "contrarrazões e corréu" não têm mais hífen. É o que nos diz o Acordo Ortográfico. Outro cuidado que merece muita atenção é o relacionado com a abolição do trema. O trema sumiu, mas a pronúncia do U continua. Por isso, vamos dizer "quiproquó", lembrando que o U é pronunciado. E assim é com as outras palavras que tinham trema.