Bem-vindo ao Piauí
Sete cidades. Há um ar de mistério contido nas pinturas rupestres. Tem-se uma vaga impressão que tudo pode acontecer. Animais pré-históricos podem surgir de dentro de cavernas ou uma pedra gigante em formato de tartaruga ganhar vida e nos encantar com suas histórias de milênios.
Na verdade, tudo ia bem no passeio ao parque se um dos parentes de Rosilda não saísse com esta:
_Que coisa, prima! Não colocaram a crase na placa de entrada do parque.
_ O que, Joãozinho?
_Na placa está escrito: “Bem-vindo a Sete Cidades” e não colocaram o acento grave antes do nome do lugar. Não é bem-vindo a?
_Oh, sim, meu lindo!_ ela suspira o ar da manhã_, Porém a crase só ocorre antes de nomes de lugares quando vêm precedidos pelo artigo feminino. No caso, Sete Cidades não admite o artigo “a”; só temos aí a presença da preposição. _Sentou-se admirando um lagarto ao sol_ Utilize este recurso: Se você “está em” Sete Cidades ou “volta de” Sete Cidades, crase para quê? Mas se “estiver na” Bahia ou “voltando da” Bahia, crase no “a”. Assim você descobre se o nome de lugar admite o artigo “a”.
E continuou:
_ Mas se os nomes de lugares que não admitem artigo vierem especificados, haverá crase. Então quando você voltar a São Paulo, diga a seus amigos: “Fui à misteriosa Sete Cidades No Piauí!”
Eles não haviam percebido, mas estavam na Gruta do Catirina - o curandeiro de Sete Cidades. Foi então que o menino começou a ouvir sons de índios gemendo e correu deixando Rosilda a rir. “Crianças!”