CONCORDÂNCIA VERBAL

CONCORDANCIA VERBAL

O estudo da língua a todo o momento é e será sempre revestido de importância para seus falantes que, em perspectivas múltiplas, defrontam-se com regras e normas na condução da língua escrita.

A Concordância Verbal é uma área da gramática intimamente relacionada com os domínios social e cultural, donde a aplicação dessa regra por parte de falantes analfabetos ou semi-escolarizados é diferente da língua padrão escrita, da fala normal dos de maior nível de escolaridade e de estratos socioculturais superiores. Ressaltamos também os veículos de comunicação de massa e as instituições governamentais.

A regra de Concordância Verbal constitui exemplo indiscutível de regra variável, porque regra facultativa, que ora se aplica, ora não se aplica em função de condicionantes de diferentes naturezas.

Os fatores lingüísticos e sociais, em tese, favorecem ou desfavorecem o uso das variantes; sabemos que, para qualquer área da variação, é provável a identificação de fatores que determinam num sentido estatístico, as proporções relativas de cada variante, pois ela é vista como condicionada por elementos do contexto lingüístico e social.

Os traços lingüísticos não podem ser entendidos apenas em termos de suas relações internas na gramática, mas devem ser vistos como parte de um contexto sócio-cultural mais amplo, no qual eles ocorrem.

Dentre os parâmetros utilizados para caracterização do usuário de uma variedade popular do Português Brasileiro, o grau de escolaridade constituiu parâmetro decisivo.

A existência de uma variedade de Português Popular utilizada por falantes não escolarizados ou de baixo nível de escolaridade, moradores marginalizados dos complexos centros urbanos, correspondem a um amplo e heterogêneo conglomerado humano, que apresenta em comum o fato de ter na língua escrita um possível modelo de realização oral, distanciado da escola e dos veículos de comunicação verbal escritos.

Se já nos primeiros anos de vida aprendem a dominar os mecanismos básicos do português oral, a sociedade não lhes permite, no decorrer da vida, alcançar outros estágios no processo de aquisição ou aprendizagem da língua materna, ou certas habilidades de expressão em que as instituições sociais típicas, como a escola, se encarregam de difundir.

Em todas as instâncias, a língua é fator preponderante para identificação social e cultural de um povo, que clama das instituições competentes meios e condições para tornar a língua acessível a todos os seus falantes, de forma geral e irrestrita, para que a concordância não fique verbal, porém verbal escrita, assegurando a todos o saber e o falar da língua nativa.

Roberto Ramón
Enviado por Roberto Ramón em 18/06/2009
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