COISAS QUE A "NORMA CULTA" NÃO EXPLICOU

Existem alguns fenômenos da Língua Portuguesa que as regras, a "Norma Culta" não explicam. Vou citar dois que me intrigam:

O primeiro se refere à palavra "mais". Os dicionários a tratam como advérbio. Segundo a Norma (algumas mulheres têm esse nome) a palavra "mais" é um advérbio. Veja no dicionário. Segunda a Norma (de novo) os advérbios modidificam verbos, adjetivos ou outros advérbios. Então alguém me responda como escrever de outra maneira a oração abaixo:

- Maria, traga mais cadeiras, que o compadre Joaquim Manoel chegou com seu filho António.

A palavra MAIS é advérbio, pois não pode ser outra coisa. Mas a palavra cadeira é substantivo. O advérbio modifica substantivo? Parece que há uma brecha na Lei, digo, na Norma, pois recentes dicionários, para apaziguar o conflito, dizem que o advérbio modifica "em alguns casos substantivos" (MICHAELIS: michaelis.uol.com.br).

Bem, para não complicar, vamos aceitar a brecha, pois a língua precisa mais comunicar do que ser rigidamente normativa.

Passemos ao segundo caso: A invariabilidade do verbo no que se refere a gênero. A regra diz que os verbos variam em número, voz, pessoa e tempo. Você imagina um verbo variando em gênero? Não? Pois não precisa mais imaginar, pois isso é uma realidade. Quer ver? O homem foi agraciado. A mulher foi agraciada. O verbo agraciar está na voz passiva, mas continua sendo verbo, mesmo variando em voz. Nesse caso ele variou em gênero também. Então é necessário criar uma brecha na Lei, digo na Norma, em que o verbo deixe de ser criminoso. Vamos descriminalizar a variação do verbo no gênero.

Portanto, meu leitor, a partir de agora a classe gramatical chamada verbo pode oficial, legal e normativamente variar em TEMPO, NÚMERO, VOZ, PESSOA e G Ê N E R O (em alguns casos, como acontece com o advérbio MAIS ao juntar-se com o substantivo). Sempre ocorreu esse "crime", mas agora ele foi por mim considerado legal. "Cumpra-se" (rsrsrs).

António Fernando
Enviado por António Fernando em 13/06/2009
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