A língua portuguesa brinca conosco III -*- teu, seu, você e lhe

A sutil diferença entre teu, seu, você e lhe

A gramática trata os verbos, na 1ª, 2ª e 3ª pessoa do singular e do plural: neste caso temos.

1ª pessoa – meu

2ª pessoa – teu, seu/vosso, lhe

3ª pessoa – ele, dele, lhe

É bom observar que o [lhe], tanto entra na 2ª quanto na 3ª pessoa.

Eu: 1ª pessoa. – José; 2ª pessoa e João; 3ª pessoa.

Exemplo: de 1ª pessoa – este caderno é meu.

Exemplo de 2ª pessoa – o teu cabelo está bem penteado

O seu chinelo ficou na praia.

Na 2ª pessoa é tratado tudo aquilo que diz respeito à pessoa com quem se fala.

Exemplo de 3ª pessoa – o cabelo dele é negro.

Este carro é dele.

Façamos agora um teatrinho.

José; eu peguei esta camisa jogada ao chão, ela é sua?

(Nota-se que o possessivo “seu”, indica uma camisa que está comigo e não com o José. O José então me diz: essa camisa não é minha, ela pertence ao João, ele está acolá.

Eu digo-lhe; [observe aqui, o “lhe” na segunda pessoa] peço-lhe que a entregue-lha. – [agora observe que o “lhe” virou “lha” e que isso quer dizer o seguinte: (que entregue-a a ele) ou (que entregue a camisa a ele). Aí está o “lhe” na 3ª pessoa. – ainda temos no termo “entregue-lha”, na 3ª pessoa de “lhe” que foi substituído por “lha”.

Agora: que tal complicar um pouco mais? Como se encaixa o “você” nisto tudo? Voltemos então ao teatro;

José: você confirmou com o João se a camisa é mesmo dele?

É bom notar que o “você” encaixou-se perfeitamente na 2ª pessoa e que no termo digo-lhe e peço-lhe, o “lhe” encaixou-se também com perfeição na 2ª pessoa em substituição a digo-te e peço-te.

É fácil observar que “seu e você” são da 2ª pessoa e que não se encaixam na 3ª – e que o “lhe” encaixa-se em ambas; 2ª e 3ª pessoas; é bom ficar claro que o “lhe” na 2ª pessoa é um regionalismo brasileiro do nordeste.

Ah! o "você" que também não faz parte da conjugação; provém do pronome que outrora fora usados pelos senhores de engenho, [hoje em desuso] "vossa mercê ou vossemecê" e alterado pelos escravos; "vosmecê" e sequencialmente alterado para simplesmente "você".

Pos-edição:

Ao ler um livro ou assistir um programa de TV, necessário se faz observar quem são; 1ª, 2ª ou 3ª pessoa.

Ora o escritor ou relator que estão quase sempre na 1ª pessoa; o leitor ou ouvinte, estarão na 2ª e o personagem na 3ª pessoa.

Ora um personagem fica como 1ª pessoa e o outro personagem, fica na 2ª pessoa; enqunto que nos, escritores, leitores e ouvintes, ficamos apenas na sspectativa da conversar entre os personagens. Vale ainda lembrar que poderá ou não, haver outro personagem na 3ª pessoa, ou ainda os personagens colocar-nos como 2ª pessoa.

Meu Deus! Onde eu fui amarrar o meu Jegue! Que confusão! Será que o meu leitor entenderá essa parafernalha toda?

E agora meu caro leitor: o que podes dizer-me disso tudo.

Ai Jesus! Agora foi que desandou de vez, pois eu botei o meu leitor na 2ª pessoa e lá se foi o José a correr para a 3ª pessoa, fazer companhia ao João. Acho melhor eu parar por aqui mesmo; e aguardar as críticas dos meus leitores.

Implemento:

È bom lembrar de que, como adjetivo; poderá ser levado à 3ª pessoa, complementado com outro adjetivo para que não haja ambiguidade.

Expletiva: o João teve o seu próprio braço enfaixado.

O Carlos levou o seu próprio filho ao médico.

De: Raimundo Chaves.

Toda crítica é-me proveitosa: assim como a sua opinião caro confradiano recantista.

reychaves
Enviado por reychaves em 29/05/2009
Reeditado em 09/05/2010
Código do texto: T1621505
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