A REDUNDÂNCIA DO NOSSO ALFABETO

O alfabeto latino, de que se utiliza a língua portuguesa e outras, como a espanhola, a italiana e a francesa, sem falar nas anglo-saxônicas, como o inglês e o alemão, é muito cheio de redundâncias que, caso fossem suprimidas, talvez pudessem facilitar a vida dos alunos da alfabetização e, consequentemente, de todos os alunos de língua portuguesa e "redação" (leia-se produção de texto).

Quando se ensina a uma criança o BA, BE, BI, BO, BU, é mais fácil ela entender do que quando chega na letra C (CA, CE, CI, CO...). O nome da letra C (CÊ) tem o mesmo som da letra "S". No entanto, ele tem mais som de "K" do que de "S". CA (KA), CE (SE), CI (SI), CO (KO) ... A outra o leitor já sabe que tem som de K. Três a dois para o fonema K. E o nome da letra tem som de "S". Parece uma piada linguistica.

Agora vamos falar do "G". No nome (JÊ) ele tem som do jota. Mas ao juntar-se com a maioria das vogais tem som de GUÊ. GA, GE (JE), GI (JI), GO, GU. O mesmo que aconteceu com o "C". É complicado para o aprendiz.

A letra Q é outro absurdo. Se já temos o C e o K, pra ke keremos o "Q"? Para ke ele serve? Para complicar a vida dos estudantes.

Como se não bastasse tanta abundância fonética, no alfabeto do nosso idioma, o W aparece, trazendo o "Y" de a tiracolo. Eu simpatizo com o K, desde que o C e o Q desapareçam. O C seria substituído pelo K, antes de a, o, u. E pelo "S", antes de E, I. O "W" (como se escreve seu nome?) serve para duas coisas: O V, de vida, e o U, de unha. Se já temos o V e o U, pra que serve o V duplo? Para dar confusão na cabeça dos estudantes.

Agora chegou a vez do X. Se ele está no xuxu, desempenha bem suas funções. Mas se aparece no exame (ezame), na excessão (esesão) e no telex (teleks), aí sua função foi desviada. Ele fica com "eseso" de trabalho. Ou se inventa uma letra com som de KS (o C bem que poderia assumir essa função) ou se escreve TELEKS mesmo. É mais fácil de aprender. Não há necessidade de tornar a língua um instrumento de tortura. Associar a escrita com a fonética tornaria as coisas bem mais fáceis.

Um bom exemplo de língua fonética é o grego. Nessa língua, o "S" é sigma, e não tem uma outra letra com esse som. O G (GUÊ) é gama, e sempre tem som como na palavra gato. Existe até uma letra que serve para o X de telex. É o KSI, com som de KS. Só há dois pecados (por omissão) no idioma grego: Eles não conhecem o J de Jesus, nem o V de David. Eles escrevem Iesous e Dauid, com as letras do alfabeto deles. Evangelho é EUAGGELION. O G com som de GUÊ mesmo. Nós deveríamos ter traduzido para evanguelho, pois temos o "V". Mas não havia necessidade de trocar o fonema "GUÊ" pelo "JÊ". No caso de Iesous, trocamos o I pelo J pois temos esse último. Mas trocar GUÊ por J só aconteceu por causa da dupla função do G, que faz seu próprio trabalho e o do jota.

Então, para facilitar a vida dos brasileiros, eu proponho, para conclusão, o seguinte alfabeto:

A, B K, D, E, F, G (GUÊ) I, J, L, M, N, O, P, R, S, T, U, V, X, Z. Cortei a letra "H", pois de nada serve. Em vez de 26 letras, ficamos com apenas 21, não foi? Que tal? Não está mais fácil? Se aparecer alguma palavra com som diferente, criaremos nova letra, ou associaremos duas letras. Por exemplo: psicologia. No grego, basta a letra PSI, mas no português pode ficar com as letras P e S, para não aumentar o número de letras.

Se alguém estiver estrañando essas propostas e com medo de que venham a sr debatidas, não se preocupe. Essa pessoa terá tempo de viver muitas vidas antes que isso possa ser ao menos cogitado.

Obs.: Para suprir o "dígrafo" lh (palha), ficam as sugestões palla (como ocorre em espanhol) ou pália. Quanto ao NH, no corpo do texto já escrevi uma das formas do verbo estrañar.

António Fernando
Enviado por António Fernando em 16/05/2009
Código do texto: T1598222
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