LÍNGUA PORTUGUESA
Sérgio Pandolfo*
Língua que nascida de latino berço,
último rebento do românico falar,
de Viriato(1), a Lusitânia(2), o chão bruto fecundaste,
e, semente prolífera, tenra árvore viraste.
Bravia, rude, nas primícias te mostraste,
como toda criança que bom trato necessita;
menina-moça te foste a passo edificando,
cos burilos do cultor, bem polida rebrotaste.
Ganhaste viço, graça, encantos, refulgência,
sob lampejos dum Mestre de saber, engenho e arte(3)
e, fina flor dos falares dantanho em evidência,
de cultas letras primas-obras engendraste.
Das exíguas terras lusas, que agrandaram,
te foste para tantas outras novas aportando,
que aqueles bravos navegantes carregaram,
vencendo as lonjuras dos mares, de perigos tantos!
Nos quatro cantos do Universo vicejaste,
eis que, língua erudita, a mor parte dominaste;
mas na “quarta parte nova”(4), especialmente,
em um nunca acabar de opimas terras(5) te espraiaste.
Solos ubérrimos, gentios bravos, mas incultos(6),
gente que de pronto, esperta, não se fez ambígua,
já de infindos amores por ti se houveram
e sábio te elegeram, com fervores, brasileira língua.
-------------------------------------------------------
Glossário:
1. caudilho e pastor lusitano que, por longo período, resistiu heroicamente ao domínio romano.
2. Província romana a oeste da Península Ibérica, correspondente, aproximadamente, ao Portugal de hoje.
3. Luís de Camões, o consolidador e modernizador da Língua Portuguesa.
4. a América, nos versos camonianos.
5. o Brasil, com sua imensidão terrena.
6. os naturais e os habitantes do país
------------------------------------------------------
*Médico e Escritor. ABRAMES/SOBRAMES
serpan@amazon.com.br - sergio.serpan@gmail.com
www.sergiopandolfo.com
Sérgio Pandolfo*
Língua que nascida de latino berço,
último rebento do românico falar,
de Viriato(1), a Lusitânia(2), o chão bruto fecundaste,
e, semente prolífera, tenra árvore viraste.
Bravia, rude, nas primícias te mostraste,
como toda criança que bom trato necessita;
menina-moça te foste a passo edificando,
cos burilos do cultor, bem polida rebrotaste.
Ganhaste viço, graça, encantos, refulgência,
sob lampejos dum Mestre de saber, engenho e arte(3)
e, fina flor dos falares dantanho em evidência,
de cultas letras primas-obras engendraste.
Das exíguas terras lusas, que agrandaram,
te foste para tantas outras novas aportando,
que aqueles bravos navegantes carregaram,
vencendo as lonjuras dos mares, de perigos tantos!
Nos quatro cantos do Universo vicejaste,
eis que, língua erudita, a mor parte dominaste;
mas na “quarta parte nova”(4), especialmente,
em um nunca acabar de opimas terras(5) te espraiaste.
Solos ubérrimos, gentios bravos, mas incultos(6),
gente que de pronto, esperta, não se fez ambígua,
já de infindos amores por ti se houveram
e sábio te elegeram, com fervores, brasileira língua.
-------------------------------------------------------
Glossário:
1. caudilho e pastor lusitano que, por longo período, resistiu heroicamente ao domínio romano.
2. Província romana a oeste da Península Ibérica, correspondente, aproximadamente, ao Portugal de hoje.
3. Luís de Camões, o consolidador e modernizador da Língua Portuguesa.
4. a América, nos versos camonianos.
5. o Brasil, com sua imensidão terrena.
6. os naturais e os habitantes do país
------------------------------------------------------
*Médico e Escritor. ABRAMES/SOBRAMES
serpan@amazon.com.br - sergio.serpan@gmail.com
www.sergiopandolfo.com