EMPREGO DO INFINITIVO 



__ INFINITIVO IMPESSOAL (invariável; considera-se apenas o processo verbal) 

O infinitivo não deve ser flexionado:

1. Quando apresenta uma idéia vaga, genérica, sem se referir a um sujeito determinado;

Exemplos:

VIVER é LUTAR.
QUERER é PODER.
FUMAR prejudica a saúde.
É proibido COLAR cartazes neste muro.
É proibido conversar com o motorista.
É preciso LUTAR contra as drogas.
Vale a pena TER fé e esperança sempre.


2. Quando tiver o valor de Imperativo;

Exemplos:

ESCREVER o nome três vezes! (= ESCREVA!)
DIREITA VOLVER! (= VOLVEI!)
SOLDADOS, MARCHAR! (= MARCHAI!)


3. Quando é regido de preposição e funciona como complemento de um substantivo, adjetivo ou verbo da oração anterior;

Exemplos:

Foram obrigados a ficar (sair).
Acusaram-nos de praticar atos suspeitos.
Eu os convenci a aceitar.
Os rapazes estão dispostos a colaborar.
As meninas foram impedidas de participar do jogo.
Eles não têm o direito de gritar assim.
Os menores estão proibidos de entrar nesta festa.
Os mendigos insistem em ficar naquela praça.
Esta fruta é fácil de DESCASCAR.
Este vinho é bom de BEBER.
Estamos desejosos de ALCANÇAR a vitória.
Conheci muitas pessoas ávidas por APRENDER.
Eram pessoas difíceis de CONTENTAR.
Aqueles remédios são ruins de TOMAR.
Os CDs que você me emprestou são agradáveis de OUVIR.

No entanto, na voz passiva dos verbos "contentar", "tomar" e "ouvir", por exemplo, o Infinitivo (verbo auxiliar) deve ser flexionado.

Exemplos:

Eram pessoas difíceis de SEREM contentadas.
Aqueles remédios são ruins de SEREM tomados.
Os CDs que você me emprestou são agradáveis de SEREM ouvidos.


4. Nas locuções verbais;

Exemplos:

Queremos ACORDAR bem cedo amanhã.
Eles não podiam RECLAMAR do colégio.
Elas sabem DESENHAR muito bem.


5. Quando o sujeito do infinitivo é o mesmo do verbo da oração anterior;

Exemplos:

Os estudantes fizeram o possível para conseguir a saída do reitor.
Os ladrões usaram explosivos para abrir o cofre do banco.
Eles foram condenados a pagar pesadas multas.
Aquelas máquinas foram feitas para costurar calças de brim.
Trabalhemos em vez de RECLAMAR.
Devemos SORRIR ao invés de CHORAR.
Tenho ainda alguns livros por (para) PUBLICAR.
Existem muitas contas por (para) PAGAR.

Obs: Quando o infinitivo preposicionado, ou não, preceder ou estiver distante do verbo da oração principal (verbo regente), pode ser flexionado para melhor clareza do período e também para se enfatizar o sujeito (agente) da ação verbal.

Exemplos:

Para se aquecerem, os meninos dormiam juntinhos.
Na esperança de sermos atendidos, muito lhe agradecemos.
Foram dois amigos à casa de outro, em Minas Gerais, a fim de jogarem futebol.
Para ESTUDARMOS, estaremos sempre dispostos.
Antes de NASCEREM, já estão condenadas à fome muitas crianças.
Apesar de ESTARMOS com sede, não bebemos daquela água.
Depois de FICAREM em pé por mais de cinco horas, eles desistiram do show.
Além de INCOMODARES a todos, não ajudas a ninguém.


6. Com os verbos causativos "deixar", "mandar"e "fazer" e seus sinônimos que não formam locução verbal com o infinitivo que os segue;

Exemplos:

Deixei-os sair cedo hoje.
"Deixai vir a mim as criancinhas!"
"Não nos deixeis cair em tentação."


7. Com os verbos sensitivos "ver", "ouvir", "sentir" e sinônimos, deve-se também deixar o infinitivo sem flexão.

Exemplos:

Vi-os entrar atrasados.
Ouvi-as dizer que não iriam à festa.

Observações:

__É inadequado o emprego da preposição "para" antes dos objetos diretos de verbos como "pedir", "dizer", "falar" e sinônimos;

Exemplos:

Pediu para Carlos entrar (errado)
Pediu para que Carlos entrasse (errado)
Pediu que Carlos entrasse (correto)

__Quando a preposição "para" estiver regendo um verbo, como na oração "Este trabalho é PARA EU FAZER", pede-se o emprego do pronome pessoal "eu", que se revela, neste caso, como sujeito; 

Mais exemplos:

Aquele exercício era para eu corrigir.
Esta salada é para eu comer?
Ela me deu um relógio para eu consertar.

__Já na oração "Esta carta é PARA MIM!", a preposição está ligada somente ao pronome que deve se apresentar oblíquo tônico.



__ INFINITIVO PESSOAL (flexionado; quando se atribui um agente ao processo
verbal)

O infinitivo deve ser flexionado nos seguintes casos:

1. Quando o sujeito da oração estiver claramente expresso;

Exemplos:

Se tu não perceberes isto...
Convém vocês IREM primeiro.
O bom é sempre lembrarmos desta regra (sujeito desinencial, sujeito implícito = nós)

2. Quando tiver sujeito diferente daquele da oração principal;

Exemplos:

O professor deu um prazo de cinco dias para os alunos ESTUDAREM bastante para a prova.

Perdôo-te por me MALTRARES.

O estudante fez o possível para os professores perdoarem suas faltas.

O hotel preparou tudo para os turistas ficarem à vontade.

O guarda fez sinal para os motoristas pararem.

Conseguimos uma casa para eles passarem a lua-de-mel.

O hospital não oferecia condições para os pacientes ficarem internados por muito tempo.


3. Quando se quiser indeterminar o sujeito (utilizado na terceira pessoa do plural);

Exemplos:

Faço isso para não me ACHAREM inútil.
Temos de agir assim para nos PROMOVEREM.
Ela não sai sozinHa à noite a fim de não FALAREM mal da sua conduta.


4. Quando apresentar reciprocidade ou reflexibilidade de ação;

Exemplos:

Vi os alunos ABRAÇAREM-SE alegremente.
Fizemos os adversários SE CUMPRIMENTAREM com gentileza.
Mandei as meninas OLHAREM-SE no espelho.
Deixem os namorados BEIJAREM-SE como quiserem.



Nota: Como se pode observar, a escolha do Infinitivo Flexionado é feita sempre que se quer enfatizar o agente (sujeito) da ação expressa pelo verbo.


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DICAS:

- Se o infinitivo de um verbo for escrito com "j", esse "j" aparecerá em todas as outras formas.

Exemplos:

INFINITIVO / OUTRAS FORMAS

Enferrujar / enferrujou, enferrujaria, enferrujem, enferrujarão, enferrujassem, etc. (Lembre, contudo, que o substantivo ferrugem é grafado com "g".)

Viajar / viajou, viajaria, viajem ( 3ª pessoa do plural do presente do subjuntivo, não confundir com o substantivo VIAGEM) viajarão, viajasses, etc.

- Quando o verbo tem o infinitivo com "g", como em "dirigir" e "agir" este "g" deverá ser trocado por um "j" apenas na primeira pessoa do presente do indicativo.

Exemplos:

eu dirijo / eu ajo

- O verbo "parecer" pode relacionar-se de duas maneiras distintas com o infinitivo.

a) Quando "parecer" é verbo auxiliar de um outro verbo: Elas parecem mentir.

b) Elas parece mentirem - Neste exemplo ocorre, na verdade, um período composto. "Parece" é o verbo de uma oração principal cujo sujeito é a oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo "elas mentirem". Como desdobramento dessa reduzida, podemos ter a oração "Parece que elas mentem."


Fontes de consulta e base para este apontamento:
Manual de Redação (O Estado de São Paulo)
Manual de Redação e Estilo ( Eduardo Martins) 
Nova Gramática do Português Contemporâneo ( Celso Cunha)