USANDO A VÍRGULA

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Conceitos Básicos

 

Os sinais de pontuação são recursos da língua escrita que visam substituir certos componentes da língua oral, tais como entonação, pausa, gestos e expressão facial; visto a comunicação se operar com um leitor que só tem diante de si o texto. Quem escreve precisa fazer-se entender por meio das palavras que usa. Daí, a necessidade da linguagem escrita de adotar os sinais de pontuação; permitindo, assim, que a escrita seja empregada com maior clareza e eficácia. Afinal, sua finalidade é representar através de sinais gráficos a linguagem oral.

Há alguns sinais cujo emprego tem, atualmente, uma razoável disciplina que o uso geral vem sancionando por não ser possível traçar normas rigorosas; tais sinais são: a vírgula, o ponto, o ponto-e-vírgula, os dois pontos, o ponto de interrogação. Outros têm seu emprego mais livre, mais subjetivo, como o ponto de exclamação, as reticências; e há outros, ainda, cuja aplicação depende muitas vezes de convenção arbitrária, como é o caso do travessão, dos colchetes e das aspas.

Como Surgiram os Sinais de Pontuação? Surgiram no início do Império Bizantino (330 a 1453). Mas sua função era diferente das atuais. O que hoje é o ponto final servia para separar uma palavra da outra. Os espaços brancos entre palavras só apareceram no século VII, na Europa. Foi quando o ponto passou a finalizar a frase. O ponto de interrogação é uma invenção, italiana, do século XIV. O de exclamação também surgiu no século XIV. Os gráficos italianos também inventaram a vírgula e o ponto-e-vírgula no século XV (este último era usado pelos antigos gregos, muito antes disso como sinal de interrogação). Os dois pontos surgiram no século XVI. O mais tardio foi à aspa, que surgiu no século XVII.

A Vírgula

A vírgula serve para indicar pequena pausa na leitura e, sobretudo, mudança de entoação. Se lermos à frase, quando as crianças voltarem ponha-as na cama, de uma só vez, isto é, sem nenhuma pausa, não haverá mudança de entoação; a linha melódica será uma só, artificial e, naturalmente, inadequada.

Se empregarmos a vírgula após o verbo voltar, esta dará à frase a entoação natural, apropriada, adequada: Quando as crianças voltarem, ponha-as na cama.

A frase com vírgula é mais natural e apropriada, visto que usamos a vírgula para indicar que ali deve haver uma ligeira mudança de entoação. Mas, que fique bem entendido, o emprego da vírgula na linguagem escrita, não corresponde somente a uma pausa ou mudança de entoação na linguagem oral, e vice-versa. A vírgula também liga orações, separa termos das orações e indica a ocorrência de certos fenômenos, tais como inversão, omissão ou intercalação dos termos da oração. Assim, se uma oração possui uma estrutura sintática na ordem direta: sujeito > verbo > objeto > adjunto adverbial, não há necessidade do emprego da vírgula:

   [Todos] [notaram] [a expressão de ódio] [em seus olhos].

Sujeito             verbo              objeto direto                      adj. adverbial

Contudo, qualquer inversão desses termos, obrigaria o uso da vírgula, observe:

   Em seus olhos, todos notaram a expressão de ódio.

   Todos notaram, em seus olhos, a expressão de ódio.

   A expressão de ódio, todos notaram em seus olhos.

Observação: Nos adjuntos adverbiais curtos a vírgula é optativa: Depois disso, voltamos a casa. [ou] Depois disso voltamos a casa.

Devemos, então, usar a vírgula depois de qualquer termo da oração que apareça fora do seu lugar normal. ®Sérgio.

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A Ambiguidade na Escrita Contínua.

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Se você encontrar erros (inclusive de português), por favor, me informe.

Agradeço a leitura do texto e, antecipadamente, quaisquer comentários.

Ricardo Sérgio
Enviado por Ricardo Sérgio em 04/03/2006
Reeditado em 21/09/2012
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