AO PINTOR

A Francisco de Sousa e Silva, Francileno, meu amigo, falecido em 12/04/2020.

Num Domingo de Páscoa o céu feliz

Eu na terra de luto e com tristeza,

Um castelo ficou sem realeza

E o pincel toda hora se maldiz.

Deus olhando o lugar que vive quis

Revestir de beleza e doutra cor,

Decidiu vir buscar algum pintor

Francileno, por Deus, foi contratado,

O “Pintor”, para o céu, foi convocado

Pra morar na mansão do Salvador.

Baixa Grande por ele está de luto

Como esteve de luto por seu pai,

A pintura perdeu seu samurai

Seu trabalho não tem substituto.

A família outro golpe absoluto

Recebeu e tamanho é seu clamor,

Prevalece o querer do criador

Por ninguém deve ser contrariado

O “Pintor”, para o céu, foi convocado

Pra morar na mansão do Salvador.

Quem na terra pintou com perfeição

Foi chamado por Deus pra vida nova,

Mesmo sendo preciso entrar na cova

O processo não tem anulação.

Ele foi um pintor com precisão

Como nós, nesta terra, um morador

Que ao ouvir o chamado do Senhor

Fez partida daqui para outro lado

O “Pintor”, para o céu, foi convocado

Pra morar na mansão do Salvador.

Vejo a morte... que grande é seu mistério!?

Que não dá para ter compreensão,

A figura que temos: um caixão

E um amigo levado ao cemitério.

Ante dela, o que pode ser critério,

Se ela leva o finado e deixa dor?

Ao ouvir: “Luz perpétua, resplendor” ...

Com quem morre eu me sinto comparado

O “Pintor”, para o céu, foi convocado

Pra morar na mansão do Salvador.

Foi ao céu pra rever Antônio Olinto,

O seu tio Aremar e a vó Raimunda,

O seu pai, que a tristeza nos inunda

E por ele também eu muito sinto.

Foi rever Zé Teixeira, avô distinto

E Chiquinha a vovó que deu-lhe amor,

Hoje a morte se fez de predador

E levou meu amigo envelopado

O “Pintor”, para o céu foi convocado

Pra morar na mansão do salvador.

Baixa Grande, 12/04/2020.

Luiz Izidorio
Enviado por Luiz Izidorio em 13/04/2025
Código do texto: T8308680
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