Trecho do Soneto “Amor é fogo que arde sem se ver” da obra Rimas, lançada em 1598, de Luiz Vaz de Camões, um dos maiores escritores portugueses.
Mote
Amor é fogo que arde sem se ver
(Luiz Vaz de Camões)
Amor é fogo que arde sem se ver,
É ferida que doí e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer.
Glosa
Brasílio de emoções
Amor é fogo que arde sem se ver,
é brilho que cintila resplandecente
no flamejante desejo vistoso,
que dói no peito sem apiedar-se.
Sobrevive no Brasílio de emoções,
É ferida que dói e não se sente,
desfastio da jovialidade jubilosa,
insanidade alienada na paixão.
Entre luzeiro que brilha na janela,
o passado traz flamante um ostentoso, isso
é um contentamento descontente
uma jovialidade jubilosa, dissaboroso e triste.
Esquecidos na sombra do agradável, em fonte de luz,
o passado em êxtase conquista o bater na porta
em desvario momento enlouquecido, que faz doer!
é dor que desatina sem doer.