Transeunte
Sou filho da natureza
Descendente do amor
Galã de vida vadia
Um exímeo sonhador
Originário dos sonhos
Colibris e beija-flor.
Com essência do carinho
E o cheiro da pegação
Desejo com toda força
Que vem da imaginação
Amo com intensidade
São regras do coração.
Desprovido de vingança
Bebo na fonte da vida
Me perco e me acho fácil
Na largada e na saída
Fantasiando meus medos
Dando e buscando guarida.
Produtor das ilusões
Dos devaneios, quimera
Um viajante do tempo
Que o seu motor acelera
E eu tento junto com ele
Me reencontrar noutra era.
Muito lúcido, meio louco
Anos, dia, meses, hora
Em paz no meu "habitat'
Meu eu nem ri e nem chora
Fecundo meus pensamentos
Ao novo romper da aurora.
Um amante das estrelas
Nas noites de solidão
Caso e descaso co'a lua
Na minha desilusão
Por isso tão inconstante
A sombra de uma paixão.
Um cavalheiro de outrora
Que surge em plena alvorada
E assim como chega, sai
De maneira inesperada
Qual orvalho da manhã
Cintilando a madrugada.