DA ONÇA OU DE PENICHE
“No Dia do Amigo”
Na cidade ou na aldeia
Ser um amigo verdadeiro
É como qu´ uma odisseia
À volta do mundo inteiro.
Da onça ou de Peniche
É uma coisa muito feia
Pois custa ser amigo fixe
Na cidade ou na aldeia.
Por dar cá aquela palha
Com sentido costumeiro
Na hora certeira encalha
Ser um amigo verdadeiro.
É inócuo ter duas caras
Mudando sempre de ideia
Por entre coisas mais raras
É como qu´ uma odisseia.
De Peniche ou da onça
Todo o diabo é matreiro
Não dá jeito a geringonça
À volta do mundo inteiro.
À volta do mundo inteiro
Em cada canto há desgraça
Não há sossego certeiro
E ao lado a verdade passa.
Há máscaras na amizade,
O que reina é o interesse,
Há sorrisos de falsidade
E a hipocrisia enriquece.
A vaidade está no trono
Ganhando protagonismo,
Os bons lugares têm dono
No gozo do novo-riquismo.
Onçanismo ou penichismo
Andam sempre de mãos dadas
E vestem-se de seguidismo
Em todas as madrugadas.
Ai o poder, ai o poder,
O poder e a corrupção,
A justiça a desaparecer
Na elite de presunção.
Fala-se em mundo melhor
E até em prosperidade;
Tudo vai de mal a pior
Em orgulho e fealdade.
Amigo d´ onça, amigo d´ onça,
Toca a andar, amigo d´ Peniche
Fora co´ esta vida sonsa
Para que haja Vida fixe!
Frassino Machado
In INSTÂNCIAS DE MIM