Nó na razão

Meu juízo é danado e bem traquino

Prega peças e dá nó na razão

Faz piada e também só gozação

Me parece que o corpo está sem tino

Ou quem sabe que eu sou só inquilino

Lembro da história que quero esquecer

O passado também tem que morrer

Pra viver, não careço recordar

Não consigo esquecer de me lembrar

Das lembranças que eu tenho que esquecer.

 

Eu cansei de ficar muito cansada

Pois não quero lembrar de umas lembranças

Desconfio de muitas confianças

De memória ligada ou apagada

Paradoxos me deixam transloucada

Não sou cega, mas não consigo ver

O que a mente me obriga a conviver

Recordando o que não vou recordar

Não consigo esquecer de me lembrar

Das lembranças que eu tenho que esquecer.

 

Minha mente relembra toda hora

Que o meu peito parece um gabinete

Uma sala estampando algum lembrete

Censurando as memórias lá de outrora

Todo amor que enraíza sempre aflora

Com vestígios difíceis de esconder

Meus princípios me impedem de querer

Mas em sonhos eu vivo a delirar

Não consigo esquecer de me lembrar

Das lembranças que eu tenho que esquecer.

 

Obs: Glosa 2 de Vivian Lissek foi classificada no segundo lugar do Desafios Poéticos de 25/6/23. Parabéns poetisa ❤️

Jessé Ojuara, Vivian Lissek(Glosa 2), Edionaldo Souza (Glosa3) e Troya D'Souza(Mote).
Enviado por Jessé Ojuara em 26/06/2023
Reeditado em 26/06/2023
Código do texto: T7822438
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