Miserável e penitente

Numa casa distante em meu sertão

De difícil acesso, lá cheguei

Um mural manuscrito eu encontrei

Na parede de fora, lá no oitão

Uma frase pintada com carvão

Rabiscado pertinho da janela

Que dizia, até logo casa bela"

Vou partir, que a comida está faltando

Numa casa de taipa eu li chorando

Uma frase da fome escrita nela!

 

A miséria no mundo é milenar

Pobre tem uma sina severina

Pra miséria só tem uma vacina

Explorado querer isso mudar

Questionar e também muito estudar

E descer para sempre da favela

No sertão gritar junto em sentinela

Não ficar para sempre só orando

Numa casa de taipa eu li chorando

Uma frase da fome escrita nela!

 

Jessé Ojuara, (Glosa2), Francisco Rufino (Glosa1) e Iranildo Marques(Mote)
Enviado por Jessé Ojuara em 22/06/2023
Reeditado em 22/06/2023
Código do texto: T7819955
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