O juiz

Faça o bem sem olhar quem

Me ensinou saudosa avó

Mas a vida dá seu nó

Não se engane, faça o bem

Mostre a cara que tu tem

Só repare a sua conta

Sei, seu erro lhe confronta

Porém a todos acuda

Seja sempre a mão que ajuda

E nunca o dedo que aponta.

 

Só cuide do seu jardim

Se o quintal do seu vizinho

Estiver muito verdinho

Com rosas mas alecrim

Não fiques assim-assim

Toda inveja é triste e afronta

O bom caráter confronta

Toda maldade em tu gruda

Seja sempre a mão que ajuda

E nunca o dedo que aponta

 

Da maneira que julgares

Tú serás também julgado

Em cada dedo apontado

Terás sobre ti olhares

Nas palavras que falares

Não ponha nelas afronta

Pois delas tú darás conta

Com tua alma desnuda

Seja sempre a mão que ajuda

E nunca o dedo que aponta

 

A nossa sociedade

Tem juízes pra julgar

Quem sou eu para apontar

E impor a minha verdade

Não temos autoridade

Pra por sentenças na conta

Todo julgador remonta

A uma índole miúda

Seja sempre a mão que ajuda

E nunca o dedo que aponta.

 

Jessé Ojuara e Glosa 1 e 2 -Mote: Josinaldo Lopes - Glosa 3: Edionaldo Souza e Glosa 4: Vivian Lissek
Enviado por Jessé Ojuara em 21/05/2023
Reeditado em 21/05/2023
Código do texto: T7793758
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