Prosápia em Forma e Glosa de um Citadino do Mundo

I.

Sim! O Brasil é meu País!

Um dos tantos desse austral

continente tão boreal.

Não tão rico quão Paris,

mas vos digo, sou feliz,

pois no fim, do mundo eu sou

e sem travas, leve eu vou!

Seja Ucrânia ou Japão,

não me importa qual jargão,

pois no fim, do mundo eu sou!

II.

O Brasil é minha mátria!

E o cantor diz: Plunct Plact Zum,

eu não vou à lugar nenhum.

Só não rezo para a Atria,

que bem ao sul se acha pátria,

pois no fim, do mundo eu sou

e sem travas, leve eu vou!

Tanto faz nacionalismo,

do gauchesco moralismo,

pois no fim, do mundo eu sou!

III.

O Brasil é minha terra!

Terra bela, mui diversa,

de pobreza controversa.

E ao rico que aos ares berra,

eu lhe digo: - Ah, vai! Me erra,

pois no fim, do mundo eu sou

e sem travas, leve eu vou!

Pois da terra se acham donos,

não me importa, são só monos,

pois no fim, do mundo eu sou!

IV.

O Brasil, amado lar!

Nesse leito me convenho

e nas mãos o mundo tenho,

ao viajar no celular

por belezas além-mar.

Pois no fim, do mundo eu sou

e sem travas, leve eu vou!

E é melhor terra estrangeira?

Não me apego nessa asneira,

pois no fim, do mundo eu sou!

V.

Eu lhes digo uma vez mais!

Do Brasil tão brasileiro,

de um gingar aventureiro,

que lhe adoro por demais!

Só que eu vejo além do cais,

pois no fim, do mundo eu sou

e sem travas, leve eu vou!

Não ligando para cor,

Nem peso, altura ou humor,

pois no fim, do mundo eu sou!

Será o fim desse refrão?

Eu acredito que não!

Pois no fim, do mundo eu sou

e sem travas, leve eu vou...