NINGUÉM MATA A SEDE BEBENDO A ÁGUA DO MAR
As águas do mar da vida
Balançam de lá pra cá
Nos empurrando pra lá
Parecendo só ter ida
Mas a volta é parecida
Fazendo a vela baixar
Encontrando algum lugar
No balançado da rede
Ninguém mata a sede
Bebendo a água do mar.
Os percalços deste mundo
Não tem nem comparação
Espécie de aberração
Tem um buraco profundo
Quanto mais nado, afundo
Não consigo nem boiar
Imaginando um lugar
Para que eu enverede
Ninguém mata a sede
Bebendo a água do mar.
Antes de me explicar
Eu vou falar desse mote
Estava escrito num lote
Corri e fui anotar
Para um dia eu versar
E as palavras encontrar
Resolvi aqui passar
Antes que eu emparede
Ninguém mata a sede
Bebendo a água do mar.