O OLHAR
MOTE
Quando pela primeira vez olhei uma pintura verdadeira
dei alguns passos atrás instintivamente
sobre os calcanhares procurando o local exato
de onde pudesse explorar sua profundidade.
Luljeta Lleshanaku (Elbasan, Albânia), traduzido por Henry Israeli e Shpresa Qatipi.
GLOSA
Quando pela primeira vez olhei uma pintura verdadeira,
procurei ignorar os ruídos à minha volta
e apreciar cada detalhe da obra.
Por longo tempo, mantive-me encantada!
Que tempo fora necessário para mãos talentosas a criar?!
Dei alguns passos atrás instintivamente;
imaginário e realidade fundidos
em meio a águas cristalinas e a alguns rochedos.
As artes ganham espaços e propósitos
por serem notáveis matérias primas d’alma.
Sobre os calcanhares procurando o local exato,
recosto-me à parede e, em voo, visito galerias famosas.
Emoções fluem em meu coração,
resgatando lembranças notáveis.
Ainda em êxtase, postei-me em um ponto estratégico,
de onde pudesse explorar sua profundidade.