TRANQUILIDADE
MOTE
Vejo que a tarde começa a descambar
E a noite principia a dar o ar da graça.
Eu aqui de braços cruzados no quintal
Fico olhando o sol indo esconder-se.
José Roberto Lajunza (Guarulhos - SP)
GLOSA
Vejo que a tarde começa a descambar.
Nas ruas, adultos não veem as crianças.
Essas, embora saltitem e riem alto,
não recebem um sorriso sequer.
Observo que sonhos giram entre o real e a fantasia
e a noite principia a dar o ar da graça,
propiciando-me singularidade à vida
e à velhice, um reaver o ontem com alegria.
Há muito que ser vivenciado.
Como aflorar bons experimentos?
Eu aqui de braços cruzados no quintal,
lembrando-me da infância, no sítio de meus avós.
No aguardo que estrelas cubram o céu,
brisa gostosa toca meu rosto.
Eu, feliz, após cantarolar com alguns pequeninos,
fico olhando o sol indo esconder-se.