VIDA
MOTE
No meu ocaso eu te bendigo, Vida,
pois nunca vi falhada uma ilusão.
Tu jamais me causaste uma ferida,
nem dor, ou pena, ou sofrimento vão.
Amado Nervo (México - Trad. de Altair de Almeida Carneiro)
GLOSA
No meu ocaso eu te bendigo, Vida!
Deste-me a habilidade da escrita;
de ter uma história bem construída
e, no meu coração, a poesia inscrita.
Agrego imagens, rimas a emoções,
pois nunca vi falhada uma ilusão,
o que me leva a reflexivas ações
e aos outros textos fazer alusão.
Por seres a minha arte preferida,
Literatura, só me deste amor.
Tu jamais me causaste uma ferida;
fascinantes viagens fiz com louvor.
Escrever, exercício intelectual
que, com o mesmo esplendor de um pavão
não faz uso ao saber escultural,
nem dor, ou pena, ou sofrimento vão.