A RUA DOS CATAVENTOS
MOTE
Escrevo diante da janela aberta.
Minha caneta é cor das venezianas:
Mario Quintana
GLOSA
OH! Entre erros e acertos, deixo rastros
que tem servido a muitos de luz,
suavizando tempestades da vida,
que fatos inesperados provocam.
Faço desses, degraus para crescer,
uma vez que meus planos e propósitos
são instaurar paz de espírito e harmonia,
assim como o gosto pela leitura.
Escrevo diante da janela aberta,
ciente de que nem tudo é e será fácil.
Pegadas, para alguns, grandes legados;
para outros, sinais poucos expressivos.
Os caminhos poderão ser floridos,
com formosos e encantadores pássaros,
ou cobertos de pedras e folhas secas.
A escrita, em quaisquer circunstâncias,
mantém-me plácida, serena e forte.
Minha caneta é cor das venezianas,
seu tom azul-turquesa abranda a dor
ao ouvir críticas sombrias e complexas.
Jamais, poderão dizer que me omiti
de exercer o papel de educadora,
vivendo de quimeras e fantasias,
pospondo o que acontece à minha volta.
Escrevo diante da janela aberta,
entre choro e riso, saúdo a poesia.
Ao abarcar aqueles com quem convivo,
procuro compreender suas atitudes.
Muitas são embasadas nos problemas
decorrentes das relações humanas.
Tais vivências deram-me aprendizado,
ainda que temerosa do amanhã.
Com palavras, também crio lindas prosas.
Minha caneta é cor das venezianas.
Ao deslizar numa folha é sutil,
envolvente, mágica e sedutora.
Estando o dia maravilhoso e o céu azul,
sensação do frescor da manhã
despertou-me belas inspirações
e fez-me pousar na literatura.
Escrevo diante da janela aberta.
Minha caneta é cor das venezianas,
e, assim como eu, bastante observadora.
Na Rua dos Cataventos há fascínio,
jacarandás e ipês esguios e antigos;
canteiros margeados por flores;
pássaros e ar agradável e lírico
que transpassam a grandeza e o saber
do cotidiano de Mario Quintana
e o seu profundo senso de humor.
Imagem: Google.