NÃO DEIXEM MORRER A ARTE
“Mascarada versus Arte” (*)
Sim, não deixem morrer a Arte
Não a deixem cair na rua
Pois ela está em toda a parte
E cada um sinta-a como sua!
Cada coisa, como arte ou máscara,
Tem em si mesma algum descarte
Mas, se a sua forma for preclara
Sim, não deixem morrer a Arte.
P´ ra coisa ser arte, seja diferente
À luz do sol ou à luz da lua,
Mas, para contento da gente,
Não a deixem cair na rua.
Pode até ser simples e banal
Mas, para qu´ a coisa seja arte
Terá de ter uma paixão real
Pois ela está em toda a parte.
Ser Arte é ser poema ou ser gesto,
É ser uma canção, nua e crua,
Está na diferença o seu manifesto
E cada um sinta-a como sua!
Que diremos da social-mascarada
Que neste nosso mundo impera?
Sentido de vida não tem nada
Pois que não passa de quimera.
Ela finge-se humana e notória,
Mas não passa de oportunismo
Pois suga de forma aleatória
Lucros vis do que é Altruísmo.
Tal quimera – a dita mascarada –
Além de comédia e corsaria,
É uma vaidade de fachada,
E uma vil farsa de fantasia.
É imperativo o cuidar da saúde,
Há mil e uma formas de cuidar;
Mas, negócio, é tudo menos virtude
E é imoral a todos enganar.
A Arte não pode ser fingimento
Quando não passa de gatafunho,
Para que haja arte ou talento
Só há um caminho: o testemunho!
Frassino Machado
In INSTÂNCIAS DE MIM
(*) - Dedicada aos poetas do tempo que corre...