ADÁGIO AO SOL POENTE
“Glosando um poeta”
“Quando os lábios da tarde prendem
O fio de luz. E o vento molda a face…”
José Félix
Ao Adágio do sol poente,
Quando os lábios da tarde
Prendem o fio de luz,
Na minha apalaçada nostalgia,
Onde componho minha poesia,
Nascem emoções num desenlace
E o vento molda a face…
Dentro da alma em contraluz.
Ao sol poente do meu Adágio
Pelo cantar largueto do rouxinol,
Quando os lábios da tarde
Prendem o fio de luz,
Sinto cá dentro o naufrágio
Da inspirada lira que arde…
E o vento molda a face
Em fantasia despida de sol.
Meu sol poente, margem-penumbra
Em lábios de tarde retidos,
Reveste-se duma brisa que cresce
Em palavras tecidas de sombra.
E nas emoções da fonte de mim
Donde saem meus versos renascidos
Revela-se este poema carmesim
Moldando ao vento a minha face!
Frassino Machado
In INSTÂNCIAS DE MIM